quinta-feira, 5 de maio de 2016

COLONIZAÇÃO DA GUINÉ 1844/08/23-1844/09/11



1844/08/23
Nomeação do tenente JOSÉ XAVIER CRATO no cargo de governador de Cacheu.
JOSÉ XAVIER GRATOTenente da Guarnição da província de Cabo Verde (1854)Governador da Praça de Cacheu (1846). Casou com D. Henriqueta Maria da Conceição dos Santos e tiveram: ANTÓNIO XAVIER GRATOnascido em 1849 em Cacheu (Guiné). 
1844/09/11
«Em 11 de setembro de 1844 declarou-se guerra á Praça de Bissaudeviduma imprudencia do patrão-mor (1)que, por ser novo alli, ignorava os costumes do pais.
Entrara, naquelle dia, ecasa do patrão-mór um rei gentio da tribu Papel, que lhe pediu um copo de aguardente, que, pelo uso da terra, nunca se negava aos reis. O patrão-mor não só lh'o negou como o expulsoda sua casa, causando isto um certo barulho entre os pretos, que dirigiram insultos ao dono da casa; este dirigiu-se ao governador, o tenente-coronel graduado Aloïs R. Dziesaski, a quem se queixou do reipelo crime commettido de aquelle lhter pedido um copo de aguardente. Peior andou o governador; mandou prender régulopor uma escolta, oppondo-se, que prisão se realizasseum gentio d'essa tribu, que, querendo maltratar escolta, foi morto pelos soldados, passando-o á bai neta.
Seguiram-se represalias da parte dos gentios, qulogo mataram fora da Praça dois homens que encontraram em sítios differentes; degolaram, dentro da Praça, um marinheiro europeu, que estava doente e de cama; deixaram por morto enfermeiro; invadiram a casa de um negocianthespanholmataram um carpioteiro e saquearam o estabelecimento. O mesmo fizeram a mais duas casas que distavam da fortalrza de 10 a 15 braças. Até aqui nem uma só providencia tinha dado o governador.
Dispunham-se os gentios atacar a casa dJoão Marques de Barrosquando então o governador accordou, mandando tocar a postosesta casa foi defendidpor soldados e 97 homens, quasi todos escravos, que o mesmo Barros mandara armar: assim mesmo sete vezes foi atacada, sendo sempre repellidos os atacantes, mas num dos àtaqnes a casa soffregrandes prejuízos pelo fogoá metralha, qce a fortaleza fazia.
Retirando-se o gentio das proximidades da Praça, vinham depoisdemboscadaaos grupode 10 e 12atacaos habitantes, ferindo matando alguns que corajosamente se defendiam.
pouca defeza da Praça, por falta dsoldados e dpolvora e balas, levaram os negociantepedir ao governadoque, não opodendo soccorrer, solicitasse auxílio da Gambia Goré. Annuiu o governador ao pedido depois de assinada uma representação peloimpetrantes.
Cumprida essa formalidade, afretou o governador a barca americana Emogene por 300 patacas (288$000 réis), que seguiu· para Gambia em 18 de setembro.
Emquanto isto se passava, noticia da guerra espalhava-spor toda a Guiné e os gentios de Geba aproveitavavam occasião para cortarem as comunicações com Bissau, que pocausa dimprudenciado governador de Geba, João Monteiro de Macedo, e devido á inexperiencia, pouca edade e falta de princípios, os hostilisava. Durante tres mezes esteve interrompida essa communicação, até que governador planeou conegociante Caetano José Nozolini uma paz vergonhosa, mandando no brigue escuna Fortuna, d'este negocianteum carregamento dgéneros para commercio d'aquelle ponto.
fim ostensivo da ida d'este navio era a abertura do rio, para a qual tambem negociante Barros concorreu com 300 patacas.
Com géneros dinheiro paz effectuou-se sem maiores difficuldades.
De soccorropedidos para Goré Gambia, o primeiro navio que chegoBissau foi a corveta franceza lEglantinedoutubro, sahida dGoré sob commando do capitão de corveta Baudin, commandante da estação das costas occidentaes de Africa.
Num relatorio d’este official francês, datado de 1 de novembro d1844, dirigido ao ministro da marinha em França, e por este .dirigido ao ministro porluguez dos negocioestrangeiros, temos conhecimento dos relevantes serviços prestados por esse navio.
A esse tempo também se tinham revoltado os grumetes contra Praçanem podia deixar de ser assim, depois do triste exemplo havido dse conseguir uma paz vergonhosa com os gentios do Geba, celebrada a troco de géneros embora á custa dos negociantes.
O comandante Baudin, informado pelo governador do motirn dahostilidades, declarou a este que não se julgava codireito de intervir com armanuma questão desta ordem mas que offerecia o seu navio como asylo de protecção aos negociantes estabelecidos fora da fortaleza no caso de um ataque geral, porque maneira de combater dos Papeis, aos grupos de dois tres, escondidos e que atiravam para aquelles que se afastavam da Praça, não lhe parecia que offerecesse perigo e qupodesse inquietar os habilantes.
maior perigo era dos grumetes que viviam junto da Praça e que começavam a abandonar a sua povoação, enviando as mulheres e filhos para o interior da ilha. Deram, juntamente com os Papeis, ataque á Praça sendo repellidos. fim dos grumetes era pilhagem, como commandante Baudin reflectisse no caso, reconhecendo necessidade de auxiliar o governador, aconselhou a este a destruição da povoação dos grumetes, para a qualera inútil o fogo da artilharia, por seum abrigo para estes inimigos que estavam alli emboscados.
commandante Baudin desembarcou uma partda guarnição do seu navio que, com os soldados e comerciantes, incendiaram povoação, tendo previamente collocado uma linha de atiradores e mudado a amarração da lEglantinpara mais proximo da terraOs grumeteavançaram em grande numerô até as planícies de Bandim, não proseguindo maina marcha por causa do aturado fogde artilharia da Praça e da corveta.
Passou-se depois á destruição das paredeqas casas, empregando-se nestserviço proximamente 200 escravos dos negociantes, todos armados com espingardas, e ainda protegidos pe!as forças de terra mar.
Apesar d'isso os grumetes davam ataque todoos dias, alvejando os trabalhadores soldados, ferindo uns quinze d'estes; não ousaram, porem, com receio de represalias dos francezes, atirar sobre os marinheiros, ficando no entantum ferido.
Quando estavam nestes trabalhos apareceua 12 de outubro, brigue inglês Alert, promettendo o commandante demorar-se ali dez dias, tempnecessário para demolição domuros, retirando-se corveta francesa no dia 16 de outubro para Goré.
O certo é quos grumetes, animados pelo terror que os negociantes pareciam teda guerra com os Papeis, e levados tambem por sua má índole, conceberam projecto de se revoltare, aproveitando uma noite escura, atacaram e roubaram duas casas cujos donos degolaramos negociantes, desconfiados de qualquer traição d'estes bandidos, fizeram barricadas.
Os negociantes nãpodiam resistir muito tempo ás fadigas d'umvigilância inquietação continua e nem podiam contar com a cooperação de seus escravos, a quem o engoda da liberdade e do roubo os poderia também tornar rebeldese por isso foi indispensavel soccorro pedido aos governos francês inglês.
Informou, poremJoão Marques de Barros que a corveta franceza fizera bonserviços, pondo gentem terra par auxiliar edois ataques, maqudepois deixou do fazer, porque gentio batia-se a coberto das casas que os negocianteestavaentregues aos seus proprios recursos, defendidos por seus escravos por outros gentios, aos quaes pagavam, havendo mortos de parte a parte em diversos encontros, ficando sempre vencedores os nossos.
Lamentava o estado critico de tão poucodefensores, apesar do gentio aggressor seapenas um por cem da sua gentedevido isso ás colheitas que se faziam nessa épocamaque terminadas ellas cahiriam todos sobrBissau, que só resistiria se a sua guarnição fosse maior, como noutros tempos, de 400 homens; sendo até provel que .taes hostilidades não houvesse, porque então gentio teria medo, o quagora não acontecia vendo só 80 homens, numero pequeníssimo para fazer frente a maide 20:000 almas.
Em outra carta, de 2dnovembrodo mesmo Marques dBarros, deu noticia dBissau estar sitiada pelos grumetes e gentios, havendo ataques quasi todos os dias; muitos gentiosdoutras castas, vinham auxilia-los; recebiam armas com estas-se retiravam .em paga do serviço prestado por alguns dias.
Das 80 praças da fortaleza apenas uma60 estavam promptas odisponíveis para acudir ao bluarte que apenas havia 30 peças quando deviam ser 52.
Refere-se ao auxilio prestado por uma corveta americana dnorte, na collocaçào de uma grande estacaria dos lados accessíveis ao inimigo para assaltar as casas dos negociantes, a qual servia ao mesmo tempo para impedir quinvadisse a Praça.
Ali tambéeslava brigue Victorioso, armado coseis peças, que poucos serviços prestopor ter adoecido equipagem r-se forçado a sair dporto.
Em Bissau foram geraes os clamores por não techegado soccorrode CabVerde, havendo alli a certeza, por uma carta escrita da Gambia, dque o GovernadoGeral não ignorava oacontecimentos. O GovernadoGeral mandoescuna Tarrafal co30 soldados dreforço maitarde.
Insurgiu-sMarques de Barros contra o facto do governador Dziesaski não se utilizar dos serviços de um negociantdGeba, quveio esoccorro de Bissau com 14 homenarmados; estes foram então entregues ao negociantNozolini e aquelle recolheu-se a Geba.
O negociantes pagavam oenterros, dos mortos em combate, ao capelão da tropa e tambem á sua custa tratavam do curativo dos feridosO governador não eslavdisposto fazer despesas com umguerra que, se não foi provocada pelgoverno ou pelas suas autoridades, todavia não soube esse governo evitá-la, para issbastava ordenar que o regulo fosse posto em liberdade.
Não defendiam só o que era d'elles; defendiam a propriedade nacional, nome, a honra, dignidade do paíintegridade do território , serviços estes feitos cosacrifícide vidas, derramamento de sangue dispêndio de fortunas.
No ataqude 21 de novembro houvsete feridos, sendo tres mortalmenle.
Em outra carta, de 20 de dezembro, descreveu como se fez a paz com o gentio, celebrada na vespera dessdia, com grandalegria para todos, gentios
e negociantes; numa das condições d'essa paz refere-se aogrumetês, quficaram desligados da Praça e considerados como inimigos.
Nesta guerra dispendaram: Marques de Barros 4:000 pesos Caetano Nozolini uns 8:000 pesos.
Tinha Marques dBarros num estaleiro de Bissau uma escuna em construcção e, para que os rebeldes a queimassem, montou nella uma peça coescravos armados, defendeu-a.
corveta americana Preblprestou relevantes serviços em Bissau, sustentando fogo durant18 dias; retirou-se co40 doentes victimas de febreselevando-se esse numero em Cabo Yerde a 90, succumbindo 13, incluindo dois officiaes.
Em 9 de janeiro de 1845 ancorou na praia brigue Vouga, sob o comando dcapitão-tenente Carlos Craveiro Lopesseguiu para Bissau, em vista dinstrucções qnrecebera eLisboa do Governador Geral.
escuna Cabo Verde, sob o commando do 2.º tenentVicentRodrigues Ganhadotinha recebido instruões, em 13 de janeiro, do Governador Geral para seguiaté Bissau, esoccorrda Praça, onde chegou a 26.
Em Bissau teve uma conferencia com o governador sobre os grumetes qucontinuavam rebeldes e quno rio, cosuas canoas, causavam os maiores prejuizos aos negociantes, atacando roubando embarcações carregadas de generos fazendas, decidindo-se esperar pelo brigudguerra Vougapor não ter a escuna gente sufficiente para um desembarquno porto de Bandim, ondos grumetes tinham duas canoas não dispor senão de duas caronadas de pequeno calibre.
Empregou a sua tripulaçãoauxiliada por soldados um cabo, qulhforneceu o governador, em ronda aporto dBandim com escaleres do navio; para estserviçoffereceu-lhe o negociantCaetano Nozolini duas peça de calibre quatro doze pistollasPor differenttes vezes teve que entrar em fogo contra os grumetes, evitando assim que esenavegassem nrio.
Ndia de fevereirancorono porto o brigue Vougaque era esperado para, com a gente que podesse desembarcar, dar um ataque aogrumetepor lerra. Constandoporem, agovernador que os gentios se alliariam aos grumetes, consultou-se o Governador Geral se conviria nova indisposição com os gentios, sahindpara Cabo Verde escuna desse nomcocorrespondencia.
Corno concordasse este governador com a offensivaarmou-suma boa lanchem guerra, com uma caronada da escuna Cabo Verde, qúe ficou a policiar o rio.
O rei de Antim, de nome Sangu, como medianeiro dogrumetes, acompanhado do negociante JoãMarques de Barros, foi á presença do governador sollicilar perdão para os referidogrumetes, que se sujeitaram ás condições· impostas por este.
As hostilidadésem Bissau, dos gentiogrumetes mereceram critica do official da armada, Antonio Maria Correia da Silva Leoteestacionado em Bissau, quattribuiu a causa d'essguerra á desintelligencia entre os negociantes pela ambição do negocioos quaes punham em acção, quando queriam, os grumetes eos mesmogentios, coquem negociavam em armamento e polvora.
«Que havia nesta Praça, dizia este official, doinegociantes poderosos, principalmente Caetano José Nozolini, que andavam em desintelligencia que queriam absorver o negocio todopara isso tinham em dependencia os pequenos negociantes, e até os mesmos officiaes da Praça, inclusive o governador, pois todos comiam em casa d'elle; assim faziam o que élles queriam nem sintromettiam nas prepotencias que praticavam».
bordo do brigue Vouga apresentou-se ao commandanto capitão de uma escuna americana a queixar-se do governador por este não o atender quando accusou o negociante Nozolini, que se negara a pagar-lhe um carregamentque lhtomou; o mesmo tinha feito com outros navios que frequentavam Bissau.
Sobre os acontecimentoquficam narrados informou governador em 4 de novembro de 1844 que as tribudAntim Antulla, reforçadas pelogrumetes, romperam hostilidades contra Praça dS. José de Bissau. Que o regulo de Antim commetteu excessos em casas do patrão-mor de Bissau, que lhe pediu protecção contra as demasiado régulo; então ordenou que lh'o levassem presá Praçao que se effectuou, mas os gentiode Antulla grumetes que se achavam na feira pretenderam soltá-lo, neste intuito um dos gentios se approximou de um soldado da escolta para lhdescarregar uma cutilada, que este evitou atravessando com bayoneta aggressor, quminutodepois morria; então fugiram os gentios e o régulo foconduzido á Praçaonde ficou em refens por se conhecer que os gentios e grumetes iam fazer guerra. E com effeito poucas horas depois começaram as hostilidades, matando barbaramente um homem, natural de Cabo Verde roubaram as casadonegociantes que estavam em boas relações com a Praça.
Não podia deixar de haver represaliada parte da Praça, quarrasou acasas dos grumetes, daquaes se serviam oinimigopara, coberto d"ellashostilizarem os defensores da mesma Praça.
Vendo que os ataquedogentioeram successivos pediu soccorros á Gambia e Goré, que mandaram um brigue e coauxilio do qual os negociantes começaram uma estacaria, ou tabanca (palissadapara os proteger.
Governador Geral recebeu participação d'esta guerra no dia 2 de novembro, dalada d15 de outubro, e ereuniu Conselho do Governo para se occupar d'este assunto, em vi sta do que determinou:
Art. 1º Que fosse declarada a Praça dS. José dBissaeestado de guerra aberta com atribudos gentioPapeis da ilha de Bissau, conhecidas pela denominação dAntim e Antulla, com os grúmetes da mesma.
Art. 2.º Que em virtude da disposição do artigo antecedente deverão seguir viagem de Villa da Praia para a referida Praça dBissau, na primeira embarcação quhouver, ou seja do Estado, ou para esse fim exgressamente afretada, por conta da Fazenda Publica, 30 praçadpret, cosubalterno do batalbão dartilharia de 1ª linha d'esta província.
Art. 3.º Na mesma occasião se enviarão para abastecimento da Praça todas as munições dguerra que for possivel, tendo-se attenção á requisiçãque fez o governador da mesma. Em virtude do disposto nodois artigos antecedentes se afretará para este efleito, por conta da Fazenda Publica, uma embarcaçãque esteja nacircunstancias de satisfazea este serviço; medida que é indispensável tomar em consequencia de actualmente não haver ao serviço d'esta provincia embarcação alguma.
Art5. º Pela mesma forma é autorizada Commissão dFazenda de Bissau, para fazer qualquer despesexextraordinária, ou seja para sustentar a .guerra ou para conseguir a paz; seguindpara isso o governador da Praça qulhe está determinado no artigo 12.º das suas lnstrucções d12 de abril do corrente anno.
Art. 6.º Quando pela saída daforças dque trata o artigo 2,° da presente portaria sressinta servo da guarnição dVilla da Praia, seja por isso indispensável ordenar que alguma força, dobatalhões d2.ª linha da mesma villa, auxiliesse serviço até segunda ordem, o Governador Geral da provincia os convocará por meio de uma Portaria, vencendo as praças de pret assim empregadao pret qulelhes marca, segundo as disposições evigor.
Art. 7 .º Logo que chegue á provincia a embarcação de guerra que deve cruzar nestemares, o Governador Geral mandará sair para Bissau, se assim julgar conveniente, ou necessario para manter em respeito os gentioda ilha.
Art. 8.º O governador de Bissau prestará todo o auxilio, com a guarnição da Praça que governa, para se levar effeito ultimar a palissada quos negociantes alli residentes se propuseram a fazer, já se acha começada.
Art. 9.º Logo que estiver fechada a referida palissada o governador de Bissau não consentirá quos gentios ou grumetes façam dentro d'ella construção dqualidade alguma, o que somente será concedido aus portuguezes, devendo comtudo estas construcções serem feitacom previa licença dmesmo governador, que a não concederá senão em virtude de um plano, pelo qual não só Praça fique sempre desalfrontada e abe rta dqualquer hostilidademas que possa proteger adilaconstrucções e obstaa qualqueinsulto dos gentios.
Quartel General do Governo da Provincia na ilha Bravade novembro de 1814.-(aFrancisco de PBastos, brigadeiro governadogeral.
Governador Geralna mesma data (3 de novembro), officiou ao governador de Bissau approvando as medidas por elltomadas quanto á prisão do régulo e requisição dauxilio á Gambia Goré á palissada construidpelos negociantes, devendo dar todo auxilio a estes com os soldados. Essa palissada ligou o baluarte da Balançcomar.
Quanto a informação do governador de Bissauque esta Praça estava mal armada, falta de munições ter pouca força para se defenderrespondeu-lho Governador Geral que acreditarinisso se eabril não tives se ido essPraça, onde deixou um destacamento bedisciplinado, bem armado fardado, e commandado por bonofilciacs; que a Praça ficara eestado de defesa, porqutinha 22 boccatlfogo promptas e as necessarias munições de guerra, assim que chegoá província mandou para alli reparos outros objectos qufaltavam.
Attendendo, poremqua guerrpodia prolongar-se, mandou-lhe algum material, como soquetes, marrões, velas mixtas, lanternetas, pyramides, ballas, cartuchos emlrnllados (4:000)espoletas para granadade obuzetc.
Na mesma data o Governador Geraleoutro officio, recommendava ao de Bissau que, havendo de se fazer a paz, quprocurassalcançá-lnas condições mais vantajosas para honra dignidade nacional; que os poucos recursos dque provincia podia dispor, para castigar efficazmente esses selvagens, não impediam quPraça os hostilisasse emquanlnão se snbmettessem, concedendo-lhes paz se pedissecosubmissão; todavia devia esse governador aproveitainfluencia que alli tinham, nessas tribasCaetano José Nozolini e sesobrinho, João dBarros, José Tavares de Almeida Canuto, afim dchamareos inimigos á pacificaçãoque ao fazer-se a paz, empregassdiligencias para quos gentiodesistissemdbojpara o futuro, dqualquer dacha ou presentdogovernadore.s da Praça, aproveitando a opporlunidade de se acbar preso o régulpara fazer taes negociações.
No dia 7 de outubro sahiram 40 homenda tropa co30 marinheiros do brigue francês l'Eglantinepara a povoação dogrumeteafim de tirarem o alinhamento da palissada.
Em 8 sahiram outra vez para a palissada e do sitio do cemiteriojunto ao Pigiguiti, protegidos pelacubatas, deram ogrumetes uma descarga, ficando alguns soldadoferidose comfosse impossívedesalojá-los, incendiou-se-lhes as casas; o tiroteio continuava secessar, no dia 10 foram feridodois soldados e um marinheiro francês.
A 13 entrou brigne ingléAlertcommandantBosanquet.
Até estdiâ 13, que houve sempre combates, ficaram feridos o tenente Francisco A. dAzevedo e soldadoshavendo 10 doentes com febres ficaram ao serviço 5homens.
Em 23 de novembro de 1844 deu o governo dBissau noticias ao de Cabo Verde do estado d'essa Praça que a contar de 14 d'este mês continuavam as hostilidades sendo o inimigo repellido.
Até essa data havia, entre mortos feridos dos nossos soldados e paisanos 31 homens do inimigo sabia-se que numero de mortos era de 50; A 26 doutubro saiu do porto o brigue de guerra inglêAlertque muita falta foz para a conslrncção da tabancque se fazia debaixde vivo fogo.
Nesse dia chegara de Cacheu Honorio Pereira Barreto com 54 homenseus, armados, offerecendo-se ao governador Dziezaskicomo medianeiropara fazer paz entre a Praça e gentiosAcceitou esse offerecimento de acordo com os negociantes, sendas condições exigidas em 27 d'este mês as seguintes:
1ª Não farão obstaculo algum a que se finalize a palissada a que já se tem dado principio, a qual ficará somente com uma porta da parte do Pigiguiti por onde podeentrar todos que vierem commerciar a esta Praça.
2.ª Que nenhum gentio, ou seja quem for, entrará dentro da palissada armada, todo aquelle que transgredir esta ordem será castigado.
3.ª Pela parle do norte no sitio denominado Roxnão consentirá que sejam habitadas as casas por pessoa alguma, assim como da pallissada a 50 passos não sconstruirão casas; lambem serão demolidas as casas que ainda existemno referido sitio da Roxa e cortadas as arvoreque rodeiam os dois baluartes da Balança e Onça.
4.ª Os intitulados grumetes que eram sujeitos á Praça, d'hojem diante ficam tratados como gentios; governo não tem nada com elles, poderão fazer a sua habitação na Balobaou em Bandimondmuito bem quiserem, devendo ellefazer sciente ao governador se ficam sujeitos ao régulo de Antim, ou se vão formar a sua povoação á parte nomear o seu chefe; porem emquanto isto nãacontecer, entrarão na paz como gentio.
5.ª Estes grumetes poderão !ervina Praça de remadores se os negociantes os mandarem chamar para este fim, poderão entrar na tabanca saírem d'ella quando quiserem, com tanto que não sejam aamadosporem ao toque de recolher tudo ficará fora da tabanca.
6.ª Visto haver em Antim seis reis, o governador escolherá de entre elles um, que a Praça recõnhecerá comô primeiro rei de Antim, assim como de Bandim Antula podem vir á Praça quando quiserem, porem nunca trarão comsigo mais de oito pessoas, todaellas, inclusive o rei, entrarãdesarmadas para dentro da tabanca.
7.ª A feira será feita dentro da tabanca; as mulheres que vierem ao mercado não serão offendidas por pessoalguma assim comos homense, quando o sejam, o governador fará castigar as pessoas que os offenderam.
8.ª Qualquer desordem que houver dentro da tabanca, o offendido irá logo queixar-se ao governador e este fará castigar o motor della rigorosamente.
9.ª Será restituído tudo quanto a Praça apprehender pertencente aogentios e grumetes, porem os gentios e grumetes restituirão tudo quanto roubaram nas casas de Dom VictorRoballo, Catarina Gomes, Clara Correia, e Raposo.
10.ª Todos aquelles grumetes que por medde seus maiores se retiraram para o gentioquerendo voltar para a Praça morar dentro da palissada, poderão vir apresentar-se ao governador com um fiador capaz, e este o fará prestar um juramento em como será sempre para o diante fiel á bandeira portugueza.
11.ª Devem entrar na paz todos os balantas quvieram proteger a Praça, que vem a ser; Cumeré, Oco, Rncutú, Chugué, Bindouro, BauraData, e Tambassini; a mesma paz que se tratar com a Praça tambem será boa para os ditobalaotaAR. Dziezaski, governador interino.
No dia 28, acompanhado por João Gomes Barbosa Junior, embarcou Honorio Barreto para o porto de Bandim a fim de propôr ao respectivregulo as condicções da paz as quaes foram unanimente regeitadas ponão concordarem com construcção da tabanca porququeriam occupar sua antiga povoação porque exigiam a expulsão de Bissau do tenente-coronel Caetano José Nozolini dtoda a sua familia.
Vendo Honorio Barreto a impossibilidadde se levaa bom termo negociações quseriam de utilidade para os negociantes e para a Praça, lembrou-sdpropôr-lhes um armisticio até chegar a decisão do Governador Geral a quem se ta consultaracceitando gentios e grumetes no dia 29 de outubro essa proposta. No dia 5 de novembru entrou no porto a corveta Americana de guerra Preble, commandante TW. Freclom, que o commoro, recebendo noticias da guerra de Bissau, mandou da villa da Praia para proteger os negociantepor motivos dinteresses que tinhaos doEstados Unidonesta PraçaNo dios escravos, que os negociantes armaram, vendchegadd'estnavio de guerrcontando cosua protecção, pegaram em armasairam a campo, querendo assim rompearmiscio; os seus senhores empregaram todoos meiode persuasão para qudésistissem de novas hostilidadesnada conseguiram e até sendo representado ao governadoque, se as hostilidades continuassem suspensas, ·haveria uma granddeserção de soldados e escravos para inimigo e que combateriam a Praça; viu-se então obriado governadoromper o referido armísticio.
Contristadcommunicou Honorio Barreto essa resolução aos régulos gentiose, comnão pudesse concluir a paz, seguiu no dia 7 para Cacheu.
fim de HonoriBarreto era santo, acabacouma guerra que só prejudicava ao commercio local; nem por isso deixaram alguns da Praça, quem maiinteressava essa guerradquerer manchar esse honrado portugllês por tentar conseguir uma paz que fosse tambefavoravel aos gentios ; a Guiné devia os maiores e melhores serviços a Honorio Barreto, como vamos ver do seguintofficio qudirigiu ao governadorpor intermedido secretario interino dBissau João Gomes Barbosa Junior em dnovembro d·1844.
Vou hoje ter honra de dar V. S. ª uma exacta conta da comissão de que me incumbi com previa licença de V. S.ª.
Em Cacheu ouvi copesar a noticia da guerra que havia entre esta Praça e os gentios limitrophes, circunstancias, qunão referireimfizerasair d'alli no dia vinte e quatro do passado com tenção dver se podia fazer paz tão desejadauma vez qufosshonrosa para Praça No ·dia 26 fundeeno porto de Bandie expedi uma das canoas que trouxde Cacheu para sollicitar dVS.ª a permissão de interferir nesta guerra commedianeiro da paz; V. S.ª teve condescendencia de me conceder a faculdadque implorei. Desembarquei entãosó então, eBandim fiz coque os gentios e grumetes elles alliados suspendesseas hostilidades qude facto estavasustadas desde o dia 18.
Passei a esta Praça e entreguei, em mão propria, VS.ª meofficio do mesmo 26, equlhe communicava resultado da minha primeira negociação, pedia ao mesmo tempo me dissesse quaes eram as condições que V. S.ª exigia para conceder a paz. V. S. ª em seu officide 27 mremetteu essas condições. No dia 28 parti parBamlimacompanhado pelo secretario d'estgovernJoão Gomes Barbosa Juniopor Manuel CorreiaDepoide expôas causas da guerra procedimento dos inimigos, e o d'esta Praça, li as condições que V.S. ª me enviou, explicando-lhes no dialectdo pais; infelizmente foram regeitadas, depoide longa discussão. D'isso participei V. S. ª em meu officio do mesmo dia, dizendo-lhe que os gentios tinham muito interessna causa dos grumetes, e que todos pediram que se findasse armisticio.
V. S. ª, julgo eu, tinha resolvido começar novas hostilidadesquando me lembrei de propôr a continuação do armisticio até chegar as ordens de Sua Ex.ª o governador geral da provincia; eu fiz tal proposta vocalmente a V. S.ª, que por seu officio de 29 mautorizou a faze-la aos gentios. Nesse mesmo dia fui a Bandim levando em minha companhia as mesmas pessoas acima nomeadas, e tive satisfação de obter a continuação do armislicfo na conformidade das ordens de V. S.ª, que lhe participei em meu officio d' esse dia.
No dia 31 pessoalmente entreguei a V. S.ª um officio d'aquella data em que eu lhe rogava mautorizasse negociar a paz sob as condições queu jμlgasse mais vantajosas para a Praça, ficando tratado que eu fizesse dependente da approvação de VS.ª.
Depois de VS. ª ter-me feito algumas observações sobras condições que exigia para paz, me concedeu a licença pedida. No primeiro deste fui de novo a Bandim e aqui propuz a condição ordenada por V. S.ª de se fechar a palissada, condição esta sine qua non para a paz; fiz todos os exforços possíveis para obter dogentios o assentimento, isto na presença dAntonio Joaquim Carvalhal dManueCorreia; depois dlonga discussão mdisse o régulo dBandim que voltasse eu ahi ndia 4.
Fui no dia aprazado e propuz a mesmcondição que foi vivamente debatida, pela discussão colhi eu quos gentios, vendo que não obtinham concessão alguma da Praça, queriam, com um fingido consentimeuto, ãquella proposta parver serégulo solto pardepois renovarea guerra.
A minha franquesa e lea!dadnão permitiram que eu occultasse V. S.ª esta grave circunstancia, por isso emeu officio de 5 lh'a communiquei, declarando-lhe que se tornava impossível toda negociaçãoDeclinei então de mim toda responsabilidade moral que sobre mim pesava de concorrer, como diziam e ainda dizempara quos gentios fizessem colheita de seu arroz.
V, S.ª me disse para intimar aos gentios que continuaria o armistício até recebeordens do governador geralquem já tinham participado o occorrido. Cansado molestado como então me achava, não pude ir a Bandim porem escrevo para alli communicando-lbes resolução de V. S.ª. Eu devia ficar nesta a espera da decisão de SEx.ª, não era sem sacrifício meu esta demora, mas eu o faria de boa vontadeHoje poree torna inútil a minha presença, poise resolveu começar as hostilidades, e portanto ecusada a minha mediação; por .isso mretiro para minha casa em Cacheu onde faresempre votos para questa Praça alcancuma serie de brilhantes victorias, que reduza o inimigo ás necessidades de acceitar não de discutir, as condições que então se lhe impuzerem. Estes votos partem d'um coração verdadeiramente patriota, lealmente português.
Bissau, 7 de novembro de 1844. Honorio Pereira Barreto.
Inuteiforam os esforços empregados por Honorio BarretoNo dia 10 atacavam os revoltosoPraça, fazendo fogo sobre os escravos que os negociantes tinham mandado cortar mato junto ao baluarte da Poana, nos dias 11 e 12 houve combate entre os mesmos escravos e balantas que onegociantemandaram vir, sua custa, sendo estes protegidos pela artilharia da Praça da corveta de gnerra americana Preble sob commando de Freclom; os inimigos foram batidos em toda linha, morrendo dos auxiliares um homem ficando treferidos.
Até o dia 22 não appareceu o inimigo e o trabalho da tabanca continuouNeste dia vieram atacar Praça durando o fogo desde as seis horas da manhã até aonze; inimigo foi batido com grandes perdas; dos nossos um soldado ferido doauxiliares dois mortotres feridos.
No dia seguinte, 23 de novembro, decidiu deixar Bissau o comandante da Preble, por estar a guarnição, incluindo officiaes atacada dé febres e assim ficou Praça sem um navio dguerra para evitar que os grumetes roubassem as embarcações qunavegavam no rio.
Esperava o Governador Geral um brigue de guerra para o enviar a Bissau.
Em 25 de novembro renovaram os gentios ataques á Praça especialmente depois da corveta americana Preble deixar as aguas de Bissau.
A 5 de dezembro chegou o reforço de Cabo Verde governador mandou logo 20 homens, munidodmachadoterçados, para cortar o resto do mato que faltava, proximo do fosso, e 30 homens para os proteger; apesar d'isso os gentios e grumetes avançaram sobre a Praça e, recolhendo os trabalhadorea força armada, houvvivo fogo que obrigou o inimigo a retirar-se ao cabo de duas horas com perdade vidas.
Desdprirrcipio da guerra os soldados viviam, tanto de dia como de noite, nobaluartes onde se armaram barracas para os abrigar; os quarteis estavam occupadopor pessoadoentes.
A frente, do nortda Praça, do baluarte da Balança até ao da Onça, estava defendida por 14 peças de artilharia de maior calibre e por 1 obuz baluarte da Poana com 5 peças e o do pau da Bandeira, o menos exposto por ser protegido pela tabanca ou pallissada, com peças sendo duas de campanha.
Em fins ele novembrtabanca ficara concluida e estava sendosob direcção dtenente-coroneNozolini, reforçada com uma parede de taipá semelhança da que usam os mandingas nas suafortificações.
No dia 19 ddezembrrealizou-se a paz coos regulos de Antim, Bandim Antullapor mediação do enviado do rei do riGrande que se apresentou na Praça, no dia 8 d' esse mês, sollicità-la, em nome dos gentios mediante as condições anteriormentapresentadasficando excluidos d’este tratado os grumetes por não terem apresentado, pela sua parte, intermediarios, a quem chamam grandes, parpedir a paz.
Promettiam os regulos submetter-se a todas acondições; dnão se metterem mais coPraça nem darem protecção aos grumetes.
cerimonia dpaz realizou-sesegundo uso do pais, debaixo dos poilões na frente do portão da casa do governo, depoide reunidaalli as autoridades babitantes de Bissauacompanhados pelparocho cosuas insígniasassistindo tambem os nossos alliauos, Beafadas Balantas; e da parte dos gentios, o fidalgo enviado pelo rei drio Grandepor parte de cada um dos regulos grandes, tres fidalgos, com sacerdotisa da sua seita (Balobeiracom as suainsignias.
Consistesta cerimonia ebebeaguardente que é abençoada com agua benta pdo parocho em uma bacigrandde arame, onde se acham balade artilharia, de espingarda, plaquetas dos gentios, e polvora como sinal de paz amisade.
Depoidrealizada esta cerimonia mandou o governadosoltaregulo que tinha sidpreso, sendvestido dnovo à moda da terrrecebeu de presentvinte e quatro gaes de aguardente, salvando-se cotiro; ndia immediato mandou governador dar umsalva de 2tiros em memoria d'esta guerra qudurou tres meses meio.
O.governador geral por portaride 3 djaneirde 1845 approvou essa paz que fofeita nas mesmas condições das apresentadapor Honorio Pereira Barreto quando a exigiaos referidoregulos.
Empregava o governador dBissau Dziesaski amaiores diligencias para submetteos grumetes; no dia 4 de janeiro de 1845 fundeou nporto corveta dguerra francesa Grenadiepor ter o secommandantrecebido noticias dque se tinha celebrado a paz com os gentios e como faltasse faze-la com os grumetes ia alli para servir dmedianeiro entre estes e a PraçaNo dia immediato, 5, fundeou brigutambem francês Zebre, comandado por MontLeon.
Estava determinado dipara a entrevistcoos grumetes quando, nesse dia, pelas 5 horada manhã, alguem da parte de fora dpallissada e por umabertura disparou, à queima roupa, um tirqulogo deixou morto um escravo do negociante Marques dBarrosO governrnador mandou logo fechar porta da tabanca todo os homens e mulheres dos gentioque estavam na feira a negociar foram apanhadas, não só para alivrar do furor dos escravos ququeriam vingar a morte do secompanheiro como também para obrigar os régulos entregar o criminoso ; e, por isso, ficou seefeito a mediação do commandantda corveta, que se retirou no di8 do porto, ficando o brigupor maialguns dias até se restabelecer o socego.
Tanto os gentios como grumetes lavraram o seu protesto contra afalsas accusações dquforam elles oautores d'aquellassassinato, afirmando os grumetes qutinham a certeza de que o culpado era alguem da Praça.
facté que nunca se poudapurar quem tinha sido o autor do assassinato referido.
No dia 14 de janeiro sahiu o briguZebrpara o rio Nuno.
Para prestar serviços na Guiné durante a guerra saiu em 21 de dezembro de 1844. de Lisboa a escuna Cabo Verde; Governador Geral enviou essa escuna ás aguadBissaem 9 djaneiro d1845 fim do governador da Praça conseguir a paz com os grumetesempregando anecessárias diligenciapara oreduzir á obediencia, usando de toda a prudencia para não desafiar de novo a guerra com os gentios; para mesmo fim saiu de Lisboa o brigudguerra Vouga que em 23 do referido mês de dezembro seguiu para Bissau.
Chegou a essa Praça a escuna Cabo Verde e26. governador da Praça recommendoao commandantda escuna para que durante a sua demora emquanto nãchegasse briguVouga, quimpedisse navegação dogrumetes no rio apprehendessas canoaque entrassem e saíssem do porto de Bandim.
No dia 27 mandou o commandantquum escaler fosse, de noite, reconhecereferido porto de Bandim, e querendo a guarnição d'esse escaler apoderar-se de uma canoafundeada nesse porto, fizeram-lhos grumetes alguntiroficando ferido um marinheiro, respondendo com vivfogo omarinheirodo escaleque se retirou para bordo sem levar a canoa.
Em 28 requisitou commandantumescolta dseis homenpara fazerem rondas de noitcom marinheiros no dia 30escuna approximou-se de porlo de Bandim e fez alguntiros dpeça a uma lancha dogrumetes que tentava sair, respondendo os grumetes de terra com tirodfusil.
No dia 1 de fevereiro ancorou no porto brigue Vouga, e no dia imediato reuniu o governador os commandantes dos dois navios com Caetano José Nozolini resolveu-se dar um desembarque em Bandim coguarnição dos navios e trinta praçada guarniçãopara, auxiliados por carpinteiros, quebrarem as canoas; não se realizou este desembarque porquogrumetes, sendo prevenidos, retiraram do porto as melbores canoas estavam preparauos para se opporem ao desembarque referido. Suspendeu-se, pois, execução d'estplano.
Com permanencia dodoinaviode guerra no porto mostrando-se obedienteos gentios, não dava cuidado a attitude dos grumetes, que viviam no altde Bandim.
Reinava o maior socego ainda em março d1845.
Em 16 de fevereiro de 1845 ordenou o Governador Geral ao dBissau para armar, ímmediatamente, uma canhoneira, dacordo com o comandante do brigue Voúga, uma das embarcações maipropriaque alli houvesse, a qual seria guarnecida com gente de bordo uma força da Praçafim dpoder seguir para Cabo Verde esse brigue.
Nacondiçõeda paz com os gentios não se mencionou a obrigação de se pagar qualquer dacha ao regulo dAntim, como era costume, sendo Ondotó ultimregulo que a recebia.
Relevantes foram oserviçoprestados por Caetano José Nozolini nesta guerraEste official apenaella se rompeu chamou 150 balantas manjacos, aos quaes armou e sustentou à sua custa para a defesa da Praça por todo tempo que mesma durou; do seu bolso fea palissada que cérca o recinto da antiga povoação, qumuito concorreu para aumentar os meiode defesa da Praça, visto quo poço do Pigiguiti, de ondohabitantes se forneciam dagua, ficou dentro d'ellaperdendo os inimigos mais uma occasião dnos hostilizarem quando era preciso a Praça refazer-se d'agua.
Com os mais habitantes concorreu Caetano Nozolini com a sua quota nadespesas da construcção da muralha quslevantou junto á palissadasendo elle o primeiro dar exemplo nisto, como eacarretar pedra barro para aquella obra, que excitou todoos outros individuoalli residentes imitarem o seexemploa tal ponto chegou enthusiasmo que suscitou estprocedimento, que até as senhoras rivalizaram com ohomenstransportando ellas tambepedra e barro para essconstrucção da muralha
(1) Archivo dDirecção Geral do Ultramar, pasta 5.ªCartde João Marques de Barros, e outros documentos.» -
Subsidios para a História de Cabo Verde e Guiné,  por Christiano José de Senna Barcellos,  parte V, pgs. 17-40, Lisboa, 1911

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