sexta-feira, 1 de julho de 2016

COLONIZAÇÃO DA GUINÉ 1853/06/05-1861/08/00

1853/06/05
«Amotinação e intervenção francesa em Bissau (5 de Junho-8 de Julho de 1853)
Em contrapartida, Barreto fracassa numa tentativa de mediação entre, por um lado, as autoridades de Bissau e, por outro, os grumetes (expulsos da praça em 1844) e o régulo de Bandim (39). Trata-se de saber se Bandim será uma terra de asilo para os escravos que fogem de Bissau. Bandim mantém-se firme. Ao fim e ao cabo, este ano de 1853 não é mais que uma sucessão de humilhações para a feitoria pois que, a 5 de Junho, rebenta uma amotinação na fortaleza de Bissau, devido à incapacidade do comandante da bateria. Os soldados põem a vila a saque, mas nem os grumetes nem os Papéis extra muros tiram partido disto para sitiar a praça, contentando-se em ficar com aquilo que os amotinados lhes vendem ou que com eles trocam. O governador interino, Diogo Maria de Moraes, apela instintivamente para os franceses de Goreia e, mais utopicamente, para Cabo Verde. São, evidentemente, os marinheiros do Senegal os primeiros a aparecer na pessoa do chefe do estado-maior da expedição aos Bijagós, três meses antes, o capitão-de-mar-e-guerra Auguste Bosse. Os Franceses chegam num brigue da Armada, a 18 de Junho. O governador português sobe a bordo e obtém que um destacamento, de cerca de 70 marinheiros franceses, desembarque para surpreender os amotinados. Estes, em número superior (160), tentam opor-se a esta «invasão», que irá desalojá-los da sua fortaleza e, no fogo da acção, matam o oficial que comanda, como imediato, o destacamento, o tenente de Marinha Jules Marie Jean de la Gillardaie (40).
Os Franceses apoderam-se finalmente da fortaleza e uma centena de soldados (cabo-verdianos, assim se julga), fogem para os Papéis (41). Bosse e os seus marinheiros ocuparão a fortaleza de 18 de Junho a 9 de Julho de 1853, segundo os Portugueses ou, mais provavelmente, de 18 de Junho a 4 de Julho, segundo Bosse (41). Esta ocupação parece ser, de momento, uma prudente medida de salvaguarda mas, vista retrospectivamente, lança uma luz das mais cruas sobre a inconsistência da presença portuguesa nesta «capital», privada de soldados seguros. O governador nem mesmo assim aceitará que a bandeira francesa flutue sobre Bissau. Esta «ocupação de precaução» exigirá uma extrema vigilância dos marinheiros em terra, mas Bosse organiza
os grumetes «mais lidos», que vão apanhar a maior parte dos amotinados, tendo os Papéis decidido entregá-los. 45 dos cabecilhas serão enviados para Cabo Verde e para Cacheu. Os Franceses tiveram perto de 80 doentes com febres. Decididamente, como com os Americanos em 1844, Bissau devora os marinheiros estrangeiros. Entre a partida dos Franceses (8 de Julho) e a chegada (pelo final de Agosto), de três oficiais e 69 soldados enviados pelo governador-geral de Cabo Verde, Bissau não parece ter sido inquietado pelos Papéis nem pelos grumetes, nem pelos amotinados fora das muralhas.
Quando, um mês mais tarde, a 24 de Setembro, o governador-geral Fortunato José Barreiros volta, enfim, a Bissau, no vapor da Armada que Lisboa lhe enviou - o primeiro navio a vapor portugs nesta costa -, o burgo está sossegado. Os insurrectos, regressados da sua escapada entre os Papéis, foram dispersos ou repatriados e os seus chefes foram enviados para Cabo Verde, aguardando Conselho de Guerra. O governador-geral está, pois, contente com a situação (43).
O importante neste triste episódio de soldados sublevados, é que Fortunato JoBarreiros, vindo a Bissau para estabelecer a ordem nas tropas, acaba por concluir acordo (30 de Setembro de 1853) com os diferentes régulos papéis (Bandim, Intim, Antula), e com o Juiz dos grumetes de Bandim, para que entreguem os escravos fugitivos e concedam
livre passagem aos moradores fora da feitoria, em troca do qual poderão entrar na vila e os grumetes do exterior reinstalarem-se perto da fortaleza, sob a autoridade dos Portugueses. É portanto, em 1853, o final provisório da guerra de 1844.
(39) Jaime Walter: op. cit., pp. 104-105. Mesma observação sobre o erro de Barcellos.
(40) A sua vva receberá uma pensão do governo português.
(41) F. de Novais: «Acontecimentos de Bissau», Revista Militar, 1853, pp. 373-374.
(42) A.N.S.O.M. Afrique IV. Dossier 25b. Cartas de A. Bosse de 20 de Junho e de 18 de Julho de 1853. Os Franceses partem a 8 de Julho, com os agradecimentos da população.
Importante dossier sobre 1853.
(43) I. de Novais: «Cabo Verde». Revista Militar, 1853, pp. 464-465
René Pélissier, História da Guiné Portugueses e Africanos na Senegâmbia 1841-1936, Volume I, EDITORIAL ESTAMPA, 1997, p.p. 120-122
1853/07/09
Ao ter conhecimento da insubordinação de 48 praças, ocorrida em 5 de Junho na Praça de Bis­sau, o Governador-geral de Cabo Verde, FORTUNATO JOSÉ BARREIROS, nomeado em 1851, fez em­barcar uma força da cidade da Praia com o fim de dominar os amotinados e render a guarnição respectiva. Bem necessárias eram providências de defesa na Guiné, bem como as que se referem aos vencimentos militares; sendo para desejar que se mantenha na guarnição, que deve ao menos ser suficiente, a mais severa disciplina, para que senão repitam os factos que se deram em Julho de 1853, que tornaram indispensável o auxílio do brigue de guerra francês Polinure; havendo a lamentar a morte do primeiro tenente deste navio La Gillardaie, comandante do primeiro pelotão da força francesa que atacou os sublevados. O governo português, depois de haver mandado de Lisboa expressamente o vapor de guerra Mindelo com a precisa força militar e as necessárias munições de boca e de guerra, decretouuma pensão àviúvado mencionado valente e infeliz oficial francês, declarando as cortes dignos da gratidão nacionalos serviços prestados a Portugal na praça de Bissau pela guarnição do brigue de guerra francês já mencionado.
1853/12/00
Pedro H. Romão Ferreira – governador da Guiné por decreto de Dezembro de 1853.
1853/1871
The national anthem, moto and flag of Sine officiated during the reign of Maad Kumba Ndoffene Famak Joof.[31]
31. ^ a b (French) Diouf, Mahawa, "L’INFORMATION HISTORIQUE : L’EXEMPLE DU SIIN", Ethiopiques n°54. Revue semestrielle de culture négro-Africaine. Nouvelle série volume 7. 2e semestre 1991 [4]
1854
- Os franceses fazem um tratado de paz com o régulo de Canhabaque (Novembro).
- Honório Barreto é nomeado governador da Guiné por um período de três anos (24/01).
- Construção de uma muralha em tijolo, para substituir a paliçada que unia a Amura ao forte de Pidjiguiti.
- O governador da Gâmbia visita Canhabaque (Abril)
- Honório Barreto faz um acordo com o régulo de Bianga (08/10)
PEDRO HENRIQUES ROMÃO FERREIRA é capitão-mor de Bissau
Em 1854 os franceses aproveitaram incidentes com balantas para conquistar a margem esquerda do Casamansa, entre Binako e Bambanjon. Perante estes acontecimentos, Kansala já não tinha, de facto, qualquer autoridade ou força para reagir, tanto mais que os residentes franceses apoiavam, secretamente, os peuls do Fouta Djalon contra o poder animista.
Entre 1854 e 1855 uma epidemia de cólera mata mais de 800 pessoas no Fogo. Muitos dos corpos encontrados por enterrar foram atirados pelas autoridades aos porcos (António Carreira).
JOÃO LOPES FILHO fala-nos de uma instituição criada pelo Estado português, em 1854, denominada Junta de Protecção dos Escravos e Libertos que tinha como propósito “proteger e tutelar todos os escravos e libertos, e exercer o pátrio poder tanto sobre eles, como sobre seus filhos.”Entre outras obrigações a Junta tinha que promover a alforria, reprimir os abusos e maus-tratos dos patrões, ensinar os libertos e prover às necessidades dos que são desprotegidos.Segundo o autor, a criação da Junta foi um acto inovador para a época, já que até à dActa nada se tinha feito para proteger os escravos, mas, no entanto, ela apresentava alguns pontos contrários ao propósito primário da sua fundação: a protecção do cativo. Neste capítulo, também, são nos dados a vislumbrar vários documentos preciosos do Arquivo Histórico Nacional que desvendam

De 1854 a 1856 25% da população de Cabo Verde perece de fome. Depois de ouvirem falar da crise, membros do Mercado de Milho de Nova Iorque nomeiam uma comissão de recolha de fundos e provisões. $5 800 foram imediActamente angariados na cidade de Nova Iorque. Cidadãos de Alexandria, Virgínia, enviaram 500 sacas de trigo (18 000 litros) e o Mercado de Milho de Baltimore mandou $1 045 para Nova Iorque. Em 24 de Julho de 1856, o New Hand chegou a Cabo Verde com provisões.
1954/02/20
Por decreto de 17 de dezembro de 1853 havia sido nomeado governador da Guiné o capitão tenente da armada Pedro Henrique Romão Ferreira, que tomou posse em 20 de fevereiro de 1854, a qual lhe foi conferida, em Bissau, pelo governador interino Honorio Pereira Barreto. Pouco tempo governou, pois falleceu no mesmo armo, a 28 de março.
Neste anno, a 18 de fevereiro, sendo H                                             onorio governador interino de Cacheu, celebrou uma convenção com os regulos de Bolor, Jougan e Antonio Vermellio, mediante a qual estes regulos cederam á Coroa o territorio de Eguel.
1854/03/03
Propôs o Governador Geral de Cabo Verde para o posto de tenente-coronel de 2.ª linha a HONÓRIO PEREIRA BARRETO,  agregado ao batalhão de 2.a linha da vila da Praia.
1854/03/29

Em 3 de Março de 1854 HONÓRIO PEREIRA BARRETO é nomeado tenente-coronel de 2ª linha e a 29 desse mês assume novamente a interinidade de governador de Bissau, por morte de ROMÃO FERREIRA
1854/04/03
«António Maria Barreiros Arrobas -major do estado maior, nomeado em 6 de Abril de 1854, tomou posse em 3 de Dezembro·. Esteve em visita ao distrito de Guiné. Conseguiu recolher grande número de cédulas ou letras passadas pelo tesouro local que andavam em poder de particulares. Tratava-se de dívidas antigas que os credores, tendo perdido as esperanças de cobrar do Estado, ofereciam ao govêrno em reconhecimento da boa administração do governador Arrobas. Foi eleito deputado em 1858.» João Barreto
Segundo Rodrigues, as práticas de corrupção eram fenómenos tão correntes a ponto de os moradores de Santa Catarina terem de “ir buscar à vila da Praia todo o papel selado, ou o selarem em verba todos os documentos legais, por não existir naquele concelho pessoa idónea que pudesse servir de tesoureiro geral” De entre as medidas implementadas para pôr cobro a essa situação, tornou-se obrigatório a tomada de posse mediante o juramento aos Santos Evangélicos, fidelidade à Rainha e a obediência à Carta Constitucional e às leis do Reino, sendo o auto registado em livros com folhas numeradas e rubricadas para o efeito, como condição para o exercício do cargo na administração. Acrescenta, ainda, a autora que “o Governador FORTUNATO BARREIROS chegou a advertir o seu sucessor que as populações não estavam devidamente preparadas para lidarem com o novo Código Administrativo “que suppoe um estado de civilização bastante adiantado” (RODRIGUES, 1998, pp 257, 261).
Este meu tio-tetravô foi governador de Cabo Verde (1854-58) e depois regressou a Lisboa como deputado por Cabo Verde. Defendeu que Cabo Verde devia ser ilhas adjacentes e não colónia e que as colónias deviam merecer outro trActamento da metrópole até a igualdade entre as províncias (ele não dizia colónias mas províncias). Actacou a prática da escravatura e o fim da deportação de condenados para o Ultramar. Ele não foi a favor do fim fim do império, queria um Portugal de Minho a Timor e nesta luta chegou a usar uma linguagem, por assim dizer, anti-colonialista. O irmão mais novo dele, de nome Francisco, casou-se com Rita Vera-Cruz e é deles que descendo. Encontrei há dias uma intervençào dele como deputado que passo a transcrever uns passos.
António Arrobas foi governador colonial, logo teve um poder quase absoluto, mas não se deixou cegar pelo poder e, por assim dizer, nem pelo colonialismo nem pelo racismo. Governador-geral de Cabo Verde empossado em 03 de Dezembro de 1854 – ANTÓNIO MARIA BARREIROS ARROBAS–Listas Cronológicas dos Governadores do Ultramar Português - Arquivo Histórico Ultramarino – Elementos Formativos 115  Boletim de PEm Fevereiro de 1857 o Governador Geral António Maria Barreiro Arrobas preconizou um estabelecimento de instrução profissional abrindo escolas de coronheiro, espingardeiro, serralheiro e ferreiro. Pedia que abrissem aulas de pilotagem na Brava e que a escola principal anexasse o ensino comercial.Pelos meados do século XIX, sendo a Brava residência de Governadores, os seus funcionários em ambiente de beleza e cultura leccionavam disciplinas diversas por toda a ilha Brava. Funcionaram muitos gabinetes de leitura.Primeiros accionistas do Banco Nacional Ultramarino: António José de Seixas; António Maria Barreiros Arrobas (foi administrador em 1864 e 1865); António Tomás Pacheco, Arquibaldo Turner; Augusto Frederico Ferreira; Eduardo Cairus; Francisco Izidoro Viana; Francisco de Oliveira Chamiço; Flamiano José Lopes Ferreira dos Anjos; João Gomes Roldan; Jacinto Soares.
Epidemia de cólera na ilha do Fogo
Escassez de colheitas nas ilhas de Cabo Verde, e no ano seguinte
☻ Peza-nos muito ter de dizer que não se possam continuara sentir as boas consequencias do estabelecimento da colonia de madeirenses, que acabou ali, e que existia desde 1854, havendonaufragado em numero de 230 n'aquelles mares, e salvando-se todos em lanchas para a ilha de Santo Antão, onde.áexcepção de 22 que preferiram retirar-se, foram estabelecidospelo honrado governador o general Barreiros.
1854/12/14
O que logo se manifesta ardentemente no espírito de Sá da Bandeira, apenas entra no poder, é a intransigencia da sua guerra á escravatura. O decreto de 14 de dezembro e 1854 libertava todos os escravos pertencentes ao estado, e ordenava que todos os escravos importados por terra nos domínios portuguezes seriam immediatamente libertos.
1855
Dr. Pinto de Resende - provido juiz de direito em 1855, foi incumbido de proceder a uma sindicância aos actos do governador Fortunato Barreiros e do juiz Lousada Araújo.
Francisco de Salles Barreto (tenente) era o comandante militar de Cacheu em Outubro de 1855.
Carlos Honório Barreto assinou o tratado da cessão à coroa portuguesa da aldeia de Bianga, no rio de Bassarel, em Outubro de 1855. Filho de Honório Barreto e de Cristina Gomes Baião, falecido em 1869.
Finalmente folgamos de commemorar n 'este logar a visita feita á Guiné portugueza em 1855 pelo actual rev.mo bispo doFunchal e então bispo do Cabo Verde, D. PATRICIO XAVIER DE MOURA, o qual, apesar da sua idade avançada e delicada saude,não duvidou arriscar assim a vida em tão inhospitoe perigosoclima; e não recuando perante quaesquer considerações,com uma abnegaçãoeenergia domaior elogio, organisou o serviço da repartição ecclesiastica que n'aqoellas paragens se achava em completo abandono,falto de padrea e sem escripturação, de sorte que nem para os assentos de baptismos, casamentos ou óbitos havia livros proprios. com gravíssimo prejuízo da honra e fortuna dasfamilias.
ANTÓNIO PEDRO DANTAS PEREIRA, escrivao deputado em Cacheu, esteve envolvido numa disputa com Honório Pereira Barreto em 1855, respeitante ao uso de fundos publicos.
LEÃO GOMESassina em Outubro de 1855, o tratado de Bianga como juiz dos grumetes de Cacheu.
FRANCISCO SALLES BARRETO, tenente, era o comandante militar de Cacheu em Outubro de 1855.
Epidemia de cólera no Fogo, em São Vicente e em Santo Antão. Durou dois anos.
Situação de fome em todas as ilhas do arquipélago, com excepção de Santiago
Mineiros do Mindelo, São Vicente, protestam contra as condições de trabalho e os salários estabelecidos pelos homens de negócios ingleses que geriam a mina de carvão. As suas reivindicações de melhores condições de trabalho foram rejeitadas. No seu pico de produção, o Mindelo era a quarta maior mina de carvão do mundo. 1859: 167 navios escalam o Mindelo. 1898: 1 503 navios.
1855/01/29

HONÓRIO PEREIRA BARRETO, interino, é confirmado governador da Guiné até 1858 
Um decreto de 29 de Janeiro de 1855 transformou a nomeação por interinidade em definitiva, por um período de três anos. Nesse ano fez uma proposta que lhe fosse aumentado o vencimento de 1.000$00 réis para 1.500$00. Imposeram-lhe condições para isso que ele não aceitou.
1855/06/01
Contrato de Nozolini e herdeira sobre o Corubal
Havendo o contrato sido reconhecido desvantajoso para osreclamantes e para o estado, alem de pouco seguro, por nãoter prestado fiança o concessionario, o qual de mais a maisnão pôde satisfazer os encargos a queera obrigado, e tendoeste requerido finalmente a annulaçãodo seu privilegio, foio referido contrato rescindido pelo governador geral Arrobas no 1.º de junho de 1855.
O mesmo governador geral aboliu lambem em 8 do mesmo mez e anno o imposto do sal balanta que se importava em Bissaú e nos pontos dependentes d'esta praça, retirando o posto fiscal que havia em S. Belchior.
Este imposto havia sido estabelecido em 26 de março de 1847 com o fim de augmentar os rendimentos de Guiné e pagar as despezas da guerra que então cxistia com os povos de Geba e de Fá, que haviam fechado o rio ao commercio portuguez.
Para sustentar o posto fiscal em S. Belchior despendia oestado mais de 1:000$000 réis annuaes, afóra as despezaa deobras e transportes, que só em 1853 montaram a maisde1:000$000 ·réis, não havendo nunca produzido o imposto áfazendamais de 558$000 réis!
De mais a mais aquelle imposto reduzia ao mesmo tempoámiseria o povo deGeba, que estava emigrando jâ debaixodo peso d'este flagello.
Os habitantes de Geba, para quem este sal é um objecto deprimeira necessidade, porque atroco d'elle se abastecem dosgeneros alimenticios, descem o rio em canoas até ao ponto deS. Belchior, onde fundeampara serem veriftcados os passaportesdas canoas; depois descem atéao chão dos balantas qneoccupa a margem direita do rio desde a ilha de Bissau atéumas vinte milhas; ajustam o sal e são obrigados a seguiratéá praça de Bissau para tirarem o despacho pelo sal quesuppunham obter, e voltam enlão a toma-lo no chão dosbalantas(acontecendo frequenrtissimas vezes não acharem á venda a porção que despachavam, vlndo assim a pagar aindamais de 10 por cento) levando-o atê ao ponto de S. Belchior,onde o respectivo regolameonto os obrigava a descarrega-lo para ser verificado, reembarcando-o depois para ser levadofinalmente para Geba, dando-se a circumstancia de queem vez de sete dias de viagem eram assim forçados a gaslarquinze e mais, para satisfazerem por esta fórma absurdas exigencias, perdendo-se até muitas ccnoas por causados mausfundeadouros de S. Belchior e de Bissau no tempo das aguas.
Portanto este imposto lesava ao mesmo tempo o miserável povo que o pagavae o estado que o recebia, fazendo dobradadespeza, e o commercio de Geba, que quasi se acha aniquilado,dando-se alem d'isto a escandalosa excepção do que só os infelizes habitantes de Geba eram opprimidos com este flagello, por isso que o sal que era importado do Chíne, e no rio Curobal, que ficam áquem de S. Belchior, nada pagava, não obstante ser levado para commercio ás feitorias dos negociantes de Bissau, emquanto que o importado em Geba o era para, pela permutação, alimentar aquelle povo.
1855/06/09
O governador geral (Arrobas) embarcou no patacho Progresso no referido dia 9 de junho, para essa visita, o qual lhe fora offerecido, gratuitameute, pela casa Nozolini, e neste dia saltou em terra na ilha das Gallinhas, da qual faz uma interessante descrição, referindo·se especialmente à vivenda do fallecido coronel de milicias Mattos, num elevado ponto denominado Casarias, e á abundancia de agua que brota das rocbas.
Refere-se ao tumulo que ali ainda existe da infeliz filha mais velha do coronel Mattos, assassinada por uns ingleses da tripulação do vapor Pluton, em março de 1842, por preferir a morte á deshonra de ser desflorada por aquelles malvados negreiros.
Era este o unico ponto habitado na ilha pelos bijagós; todavia, na época propria, outros que vivem nas outras ilhas ali passam para a cultivar.
Uma outra propriedade interessante é a de Amilite, onde descansou o governador, com a sua comitiva e que pertencia á viuva do cirurgião Ferreira, que a teve, por dote, de seu pae Nozolini, a qual tinha ali uma boa Feitoria, muita lavoura de arroz e mendobi, armazens para deposito, celleiros e excellente casa de residencia.
O Dr. Ferreira, introduzindo o coqueiro na Guiné, levou para a sua propriedade plantas da Praia, que se desenvolveram bem.
Para esta ilha chamou o governador Arrobas a attenção do Governo para ali estabelecer duas ou tres colonias, attendendo á riqueza do seu solo e á sua salubridade, comprovada pelo Dr. Ferreira. Assim ordenou ao governador do districto que, com urgenc!a, estabelecesse ali um hospital de convalescentes·
Na embocadura do rio Grande visitou o governador a Feitoria Boa Esperança, da viuva Ferreira, e nesse ponto observou matas de riquissimas madeiras.
Alli veio ao seu encontro Honorio Barreto, que estava em Bolola, para onde fora fazer tratados com os regulos, senhores das margens do rio referido, onde havia para cima de 30 feitorias de negociantes de Bissau.

Cedeu ao governador da Guiné o patacbo Progresso para ir a Bissássema fazer as solemnidades da bandeira, ·onde estavam os principaes regulos e o governador Arrobas percorreu as outras feitorias numa lancha, entre as quaes a do Monte Napoleão, pertencente a om francês, casado com uma filha do fallecido tenente-coronel Nozolini; foi a Bissássema visitar a feitoria do Martinho, a maior de todas da Guiné, pois tinha 400 fogos e fazia activo commercio em gado, arroz, mendobi e milho; possui a um bom estaleiro. Cullivava ali cana doce.
1855/07/00
Em julho de 1855 desenvolveu·sena ilha do Fogo uma epidemia de cholera morbus, 160 pessoas das principaes familias d'aquella ilha fugiramespavoridas para bordo do patacho Cordialidade, que estavaancorado n’aquelle porto, tanta era a mortandade e tão grande osusto que senhoras e homens vieram só com o que no corpovestiam n'aquella occasião: chegado o navio, e com doentesa bordo, um dos quaes falleceu, mandou logo o governador geral o conselheiro Arrobasconduzir para o ilhéu de SantaMaria todo o tabuado, vigas e barrotes que havia nas .obrasdo trem; igualmente foram para o ilhéu todos os carpinteirosque tinha a cidade da Praia, e duas companhias de segundalinha, cujas praças estando costumadas a fazer os tectos das casasno interior da ilha, que são ordinariamente de palha e caniço, eramos melhores trabalhadores para n’aquelle caso urgentefazerem os telhados das habitações para receber os fugitivos.Ao mesmo tempo eram mandados para o interior da ilhatodos os carros debois que havia no concelho para carregarcaniço, junco e palha para a construcção dos telhados. O próprio governador foi dirigir aquella construcção, e em trinta horasseguidas de trabalho ficaram concluídas seis espaçosas casasde madeira com duas janellas de vidraça e uma porta cada uma,muito bem assóalbadas com pranchõesamericanos e as paredesde tábuas sobrepostas.
Para se não distrahirem os trabalhadores mandou o governadorfazer um bom rancho e todos iam comer por turnos:tres grandes fogueiras alumiavam a obra de noite, e nem o governador,nem os officiaes que o coadjuvaram nem os artíficese trabalhadores dormiram ou descansaram uma hora sequerdurante as trinta em que o trabalho foi feito.Fizeram-se tambem seis cozinhas fóra das casas, e foram mobiladasas casas com leitos, cadeiras, camas e tudo mais que eranecessario para poderem pessoas d 'aquella ordem residir comcerta commodidade durante quarenta dias; passaram os 160quarentenarios para este lazareto, e ali, longe do foco de infecção,quo havla a bordo, e com todos os confortos o consolaçõesque era possível dar-lhes em taes circunstancias, reanimou-se omoral d'aquella infeliz gente, que tinha toda a lamentar a perdade muitosparentes e pessoas que lhes eram. caras. 
1855/10/08
Celebrou-se em Cacheu, no quartel do Governo, e na presença de HONÓRIO  PEREIRA BARRETO e o confidente íntimo do régulo de Bianga, o tratado de  cessão à Coroa Portuguesa da aldeia de Bianga, no rio Bassarel, não tendo  o citado régulo compa­recido devido ao rito indígena que lhe vedava sair da  sua aldeia, por ser crença que morreria s dela saísse.. Nas discussões com a França foram os títulos de compra de  terreno os nossos princi­pais títulos de propriedade.
Em 8 de outubro de 1855 celebrou-se em Cacheu, no quartel do Governo, estando presentes o governador da Guiné Honorio Pereira Barreto, o administrador do concelho JoDias de Moura, o commandante militar Francisco Salles Barreto, tenente, o juís ordinario Manuel da Luz Ferreira, o segundo tenente da guarnição João Eugenia Baptista, alguns notaveis da Praça' e o juís dos grumetes, e por parte do régulo de Bianga, o primeiro ministro Catempe Necancal, confidente intimo do régulo de Bianga e gentio Papel conterrâneo da Praça e os principaes da referida aldeia, servindo de interprete o grumete Benedito de Moura, o Tratado da cessão à coroa portuguesa da aldeia de Bianga, no rio de Bassarel.
Começaram os gentios por declarar que seu· régulo não tinha vindo porque seus usos e costumes o prohibiam de sair de Bianga, pois é para eles crença que, logo que d'ali saísse, morreria, mas que lhes dera plenos poderes para effectuarem o presente Tratado e depois de alguma discussão de uma parte e de outra, concordaram no seguinte:
1.º O régulo de. Bianga por si e por seus successores, cede de hoje em deante para sempre á coroa de Portugal todo o direito e dominio que tem na margem direita de emboGadura do rio ou esteiro chamado de Bassarel, não podendo em tempo algum haver por ali navegação estrangeira ou passar estrangeiros em canoas ou qualquer embarcação, ainda mesmo de manjacos.
2.º Esta concessão não dá direito aos portugueses de se apossarem dos arrozaes, fazendas (quintas) e palmeiras que os particulares de Bianga possuam no ponto cedido, nem de impedirem a elles, gentios, de fazer o que até agora faziam no dito terreno: rio ou esteiro , devendo entender-se que aos portugueses cabe o senhorio politico d'aquelle territorio e rio ou esteiro.
3.º O régulo de Bianga convida aos portugueses a estabelecerem Barracas (Feitorias), em seu terreno, nos pontos que melhor lhe parecer para o commercio.
4O governador da Guiné acceita em nome do governo a concessão feita com as condições especificadas, obrigando-se pela morte do régulo a mandar fazer um caixão forrado de chita e dois panos de primeira qualidade para o seu enterro, e a dar 50 arrateis de polvora, 12 galões (24 frascos) de aguardente para as exequias.
5.º D"uma e outra parte se declarou que ainda que houver guerra entre os contratantes o se julgará nullo este Tratado.
6.º Os de Bianga declararam que devia ser olhado como nullo e de nenhum valor qualquer tratado, convenção ou contrato que por força maior se virem obrigados a fazer com estrangeiros que intentem violar o terreno cedido ou rio.
Para todo o tempo constar se lavrou este que tem de ser levado e explicado ao régulo de Bianga, devendo porem agora ser assinado por todos e com o juiz dos grumetes. inrprete e gentios que não sabem ler nem escrever, assinam de cruz Eu, Antonio da Silva Jorge Pinhel, escrevente de secretaria do governo da Guiné, o escrevi. -= Honorio Pereira Barreto, tenente-coronel governador.= José Dias de Moura = Francisco de Salles Barreto=Manuel Luz Ferreira= Camtempe= Necancal = Guissabe= Borem = Leão Gomes= Benedito de Moura= João Eugenio Baptista = Luiz Xavier de Monteiro= Paulo Monteiro de Affonseca= Rafael Mendes= Francisco Manuel da Cunha= Antonio da Silva Jorge Pinhel.
Este Tratado foi ratificado pelo régulo em 24. do mesmo mês e anno de 1855 na aldeia de Bianga, aonde foram Carlos Honorio Barreto e Leão Gomes, juiz dos grumetes e o escrivão João Nunes de Brito e achando-se presente o dito régulo, por nome Dataran e seus confidentes e ministro Necancal e Camtempe, lhe foi lido o contrato e explicado pelo interprete e por o aceitar prestou o juramento a seu estilo, assinando-o de ·cruz.
1855/10/21
Em oficio dirigido ao Governador Geral de Cabo Verde, HONÓRIO PEREIRA BARRETO diz da sua satisfação por saber que corria no distrito da Guiné, de que ele era Governador, a notícia de que a França, reconhecendo os nossos direitos no Casa­mansa, prometia abandonar os estabelecimentos que ali tinha. E concluía dizendo: «Se isso for verdade, fica a Guiné feliz, porque aquele rio exporta o dobro do que exportam os outros portos juntos».
1856
«Nesta ocasião o governador geral Arrôbas visitou as feitorias estabelecidas na margem do rio Buba, tais como a Ponta de Boa Esperança, pertencente aos herdeiros. do Dr. Ferreira (1), genro de Caetano Nozolini; a feitoria de Monte-Napoleão, propriedade dum súbdito frãncês, também genro de Nozolini; a feitoria de Martinho, a maior de tôdas com cêrca de 400 fogos, tendo uma casa comercial importante onde se negociava em arroz, milho, mancarra, gado, cana sacarina e outros produtos.
Ao longo do rio de Buba havia nêsse ano· mais de 30 feitorias, onde se faziam simultâneamente comércio e agricultura.
(1) Foi o Dr. Fererira que introduziu o coqueiro na Guiné, levando de Cabo Verde plantas para as propriedades de Bolama e Rio Grande. A cana sacarina é também uma planta importada na Guiné por colonos caboverdeanos, que também cuidaram da purgueira, de que chegou a fabricar-se o sabão, como em Cabo Verde.» João Barreto, HISTÓRIA DA GUINÉ 1418-1918, edição do autor, Lisboa, 1938, pg. 328
1856- Honório Barreto compra terrenos aos chefes Beafadas. De passagem por Bissau, o governador interino solicita a sua presença para a manutenção da ordem entre os Papéis vizinhos.
Surto de cólera no arquipélago de Cabo Verde
- Honório Barreto visita o Arquipélago dos Bijagós (11 a 27 de janeiro).
-aprovada uma proposta de Honório Barreto para que os filhos dos principais régulos sejam educados em Bissau (11 de maio).
- Os comerciantes de Bissau oferecem mais de 15 toneladas de milho para serem distribuídas pelos cabo-verdianos vítimas da fome (11/05).
- Honório Barreto assina vários tratados com régulos beafadas doRio Grande de Buba (junho).
- Honório Barreto faz um tratado de paz com os balantas de Naga,restabelecendo assim as relações suspensas cerca de 50 anos antes(09/09).
- Honório Barreto dirige uma expedição militar contra o povo deCacanda, nas imediações de Cacheu (20/09).
-Tratado de paz de Honório Barreto com o régulo de Cacanda(27/09).
- Honório Barreto consegue do régulo de Bianga a cedência daembocadura do estreito de Bassarel (08110).
- Honório Barreto funda uma colónia de emigrantes cabo-verdianos,nas margens do Rio Grande de Buba (16110).
☻ Juntaremos aqui igualmente os seguintes quadros estatísticos relativos aos escravos existentes nos concelhos da cidade da Praia e de Santa Catarina, da ilha de S.Tiago, no ano de 1856




 O seu valor médio:

Idades e profissões:

1856/01/00
ANDRE GOMES assinou com urn X em Janeiro de 1856 urn tratado em Canhabaque. Esteve envolvido numa «palavra» com os Bijagós da ilha de Orango em Dezembro de 1861, na qualidade de «juiz dos grumetes de Bissau, intramuros da povoação de Bissau».
1856/01/12
Chegou a Canhabaque o GOVERNADOR HONÓRIO PEREIRA BARRETO, tendo-se hospedado com o seu séquito na povoação do régulo Tissac. No dia antece­dente estivera na Jlha das Galinhas, no sítio deno­minado Casaria, tendo ido ver a sepultura da filha do coronel de milícias Joaquim António de Matos, assassinada 14 anos antes pelos marinheiros do barco inglês «Pluton». A sua presença em Canha­baque tinha como objectivo firmar o domínio por­tuguês naquela ilha infestada com frequência por contrabandistas e corsários estrangeiros.
1856/01/15
HONÓRIO PEREIRA BARRETO consegue o reconhecimento da sobe­rania portuguesa pelos régulos de Canhabaque.
1856/01/17
HONÓRIO PEREIRA BARRETO confes­sa-se encantado pela maneira como foi recebido pelo régulo e povo da ilha de Canhabaque. Dali partiu para a ilha de Orango onde foi recebido com uma salva de artilharia, pois o rei. que habi­tava uma casa coberta de telha, dispunha de qua­tro peças montadas.
1856/01/30
O Governador do distrito da Guiné informou o Governador Geral de Cabo Verde que o régulo Manuel, de Meneque, declarara que nunca conce­dera aos ingleses autorização para estabelecer uma feitoria particular em Bolama, Exceptuando o régulo de lnoré e de Ancataque, que negociaram uma convenção com o comandante do «cutter» inglês «Taconte», nenhum dos outros fizera qual­quer contrato com os estrangeiros.
1856/03/28
O Governador Geral de Cabo Verde enviou para o Ministro do Ultramar cópia da correspondência trocada entre o Governador do distrito da Guiné e o delegado francês no Selho (rio Casamansa), reclamando contra as tentativas daquele delegado sobre o Presídio de Ziguinchor.
«O Governador, em officio dé 28 de março de 1856, enviou para o l\finisterio copias de correspondencias trocadas entre o Governador da Guiné com o delegado do Governo francês no Selho, rio de Casamansa, reclamando contra as tentativas daquelle delegado sobre o presidio de Zegnichor.
A este olficio respondeu o Ministro, em 30 de junho, ao Governador que, em termos corteses se dirisse ao Governador do Senegal, expondo o facto e pedindo-lhe que ordenasse ao delegado do Selho, que o puzesse o menor impedimento á navegação portuguesa no rio Casamansa e que com as autoridades portuguesas tivesse a conducta que era devida entre nações amigas .
O delegâdo francês, em 21 de outubro de 1855, dirigiu urna nota ao commandante de Zeguichor protestando contra o facto de tres canoas portuguesas, que chegaram a Selho cm 37, subissem o rio com destino a Pacau, onde os gentios assassinaram muitos franceses que ali foram negociar, roubando uma parte das mercadorias. Que preveniu aos patrões das canoas das hostidades dos referidos gentios contra os europeus, indicando-lhes Zeguichor para ir fundar este estabelecimento, e portanto não pode haver hoje direito de impedir aos portugueses navegar e commerciar por todo esse rio.
Permita me V. S. ª que lhe fa uma simples observação: esse rio não pode de maneira algumn ser considerado, de facto, exclusivamente francês como V. S .. parece julgar. Não quero entrar na questão de direito porque essa pertence aos gabinetes de nossas Nações.
Peço ainda licença para dizer a Y. S.ª que á vista tenho um officio do sr. Caternaux, official frances, que se achava tambem comandando Sejo; nesse officio, datado de 31 de agosto de 1844, dirigido tambem ao então commandante de Zeguichor, se queixava o sr. Caternaux de que uma canoa de Zeguichor se batésse com canoas de balantas que estava em guerra comnosco; o sr. Caternaux não se contentou de fazer entregar a canoa e balantas que as de Zeguichor aprisionaram, batendo-se. mas abalançou-se a pôr a ferros o patrão da canoa portuguesa, e a exigir do commaudante de Zeguichor uma satisfação completa.
Melhor, avisado o sr. Caternaux soltou o patrão sem o indemnizar, e sem pagar o valor da presa, devendo eu declarar a V. S.ª que a canoa de balantas foi a primeira que atacou os portugueses.
Tenho a honra de pedir a V. S.ª que não attenda ás continuas insinuações que alguns dos commerciantes franceses ahi estabelecidos nunca deixam de fazer ás autoridades contra os portugueses : são sempre fundadas em ignobeis motivos de interesse pessoal. Dirigir-me-hei pela primeira ocasião qne se offerecer ao sr. Govern ador da Goré a respeito deste negocio.
Deus guarde a V. S.ª -Quartel em Bissau, ,12 de novembro de 1855.
Ill.rno Sr. Facin, official francês residindo em Sejo. = Honorio Pereira Barreto Governador,
Em 6 de novembro officiou o delegado francês de Sejo ao delegado em Zeguichor, sem que tivesse resposta ao seu officio de 31 de outubro, protestando que não deixaria subir o rio as canoas que não viessem munidas de documentos que havia exigido aos patrões das mesmas.
O governador Honorio, respondeu:
Foi-me ncwamente transmittido o officio que, escrito em papel indecente, v_ S.ª, sob o n.º 74, dirigiu ao delegado adminislratirn de Zeguichor, com data ele 6 do corrente, em que fazendo queixa de diversas canoas do dito Presidio de Zeguichor, que o passado essa Feitoria para irem vender seu sal, insiste em exigir que ellas vão munidas de um manifesto e de matricula a fim de V. S.ª então lhes permittir passarem pelo rio acima, e acaba declarando que tudo participou ao sen governo, pedindo-lhe licença para impeir a nossas canoas tal passagem até que sejam castigados os gentios que derramaram sangue europeu. (VER MAIS)» -
Subsidios para a História de Cabo Verde e Guiné,  por Christiano José de Senna Barcellos,  parte VI, pgs. 28-, Lisboa, Imprensa Nacional, 1912
1856/04/03
HONÓRIO PEREIRA BARRETO, de acordo com as disposições do Decreto de 1854 que  determinava a libertação dos escravos pertencentes do Estado e criava  uma série de medidas em defesa dos servos, regula­mentou a aplicação desse diploma neste território.
1856/06/05
Cedência do porto de Bissássema aos Portugueses pelos Bijagós.
1856/06/10
«Em 10 de junho de 1856, tendo requerido o segundo sargento do Regimento de Lanceiros da Rainha, Venceslau de Andrade, para se averiguar, se um seu tio de nome Antonio Garcia de Andrade, de quem se dizia ter sido Governador de Cacheu e commandante da Praça de Farim, era ou não vivo, foi mandado pedir informações ao Governador da Guiné, Honorio Barreto, que em 30 de junho de 1857 respondeu: que nem o juiz Foraneo e nem o administrador do concelho de Cacheu, souberam dar elementos para a informação exigida; quê se houve engano no nome, este devia ser Antonio José de Andrade, seu conhecido em Cacheu e que falleceu em Farim, em 1842 ou ·1843; que este individuo viera degredado por toda a vida, com pena de morte se voltasse ao reino, constando que chegara a dar tres voltas á forca, por crime de roubo; que chegara a Cacheu em 1834 (parece que foi em 1833) no brigue S. Boaventura, juntamente com o Governador de Cacbeu, José Antonio Pinto.
Assentou, esse degredado praça, na companhia de 1 linha de Cacheu, onde foi promovido ao posto de sargento, e tendo dado a um certo governador um escravo de presente: este lhe rasgou a guia e o propôs então ao Governador Geral para capitão de 2.ª linha de um dos reductos de Farim, passando depois a capitão-mor; que nunca fôra governador de Cacheu, mas sim commandante do presidio de Farim, o que é mui commum na Guiné.
O sobrinho, julgando que o tio era possuidor d'alguma fortuna: reclamou o seu espolio a Honorio Barreto, lamentando este ter que desenterrar o cadáver do tio d'aquelle para mostrar ao ministro a desmoralização das nossas autoridades da Guiné, que deixaram os franceses apossar-se do Casamansa, muito á vontade e dava-lhe esse pano de amostra para avaliar a força moral das autoridades que tinha o nosso ultramar.» -
Subsidios para a História de Cabo Verde e Guiné,  por Christiano José de Senna Barcellos,  parte VI, pgs. 110-111, Lisboa, Imprensa Nacional, 1912
1856/06/30
Carta de lei mandando cumprir o decreto que confirma o de 13 de Dezembro de 1854 sobre a liberdade dos escravos. 1856-06-30. Portugal, Torre do Tombo, Leis eordenações, Leis, mç. 22, n.0 37. 
1856/07/08
Ainda em 8 de julho de 1856 foi Cacheu atacada por gentios de Cacanda (povo e aldeia proxima de Cacheu) em consequencia de desordens que alguns d’elles haviam tido com os grumetes da praça; mas o a taque foi valentemente repellido,sob o commando do administrador do concelho, seguindo-se depois em 27 o ataque de Cacanda por uma porção de grumetea embriagados, que a final se retiraram depois de terem alguns mortos e feridos.
Aquelle ataque apenas tivera togar por alguns indivíduos de Cacandacontra a vontade do regulo, sendo propriamenteum acto de vingança particular, que todavia poderia trazer aperda da praça e a morte de muita gente.
Era isto tanto mais desagradavel, que ainda havia poucotempo, em 27 de setembro de 1856, que o comendador Honorío Pereira Barreto e pessoas notaveís de Cacheu haviamcelebrado um tratado com os gentios de Cacanda e outrocom os de Nagas, em 9 de outubro de 1856, n'aquelle, restabelecendorelações de paz eamisade, e n'este, não só facilitandoas relações commerciaes, mas reservando aos portuguezesa navegação e commercio do braço do rio Farim, aque chamam Armada.
1856/07/24
Em 24 de julho de 1856 votaram as côrtes uma lei, declarando livres os filhos nascidos de mulher escrava, sendo apenas obrigados a servir até á idade de 20 annos os aenhores de suas mães.
1856/08/18
Carta de lei mandando cumprir o decreto que considerava livres os escravos embarcados em navios portugueses ou estrangeiros que entrassem nos portos ou ancoradouros que menciona. 1856-08-18. Portugal, Torre do Tombo, Leis eordenações, Leis, mç. 22, n.0 120.
1856/08/19
Circular nº 2788
Manda Sua Magestade El-Rei, pela Secretaria d’Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar, remeter ao Governador Geral da Provincia do Cabo Verde para seu conhecimento, e devida execução, as inclusas copias authenticas das Cartas de Lei datadas de 24e 25 de Julho último, publicadas no Diario do Governo nº 178. De 30 do sobredito mez, por uma das quaes são mandados considerar de condição livre os filhos de mulher escrava, que nascerem nas Provincias Ultramarinas, depois de publicação da mesma Lei: e pela outra se faz extensiva aos escravos pertencentes de Igrejas, a disposição contida no § único do art.º 6º do titulo 2º do Decreto de 14 de Dezembro de 1854. Paço, em 19 d’Agosto de 1856 = Sá da Bandeira
1856/08/20
O Governador do Distrito da Guiné agradece ao Bispo de Cabo Verde a nomeação dos párocos para as igrejas de Ziguinchor, Farim, Cacheu e Geba. o prelado, sabendo a relutância com que iam para a Guiné, apesar da comissão ser apenas de 2 anos, solicitou ao Ministro as convenientes ordens para que o Governador Geral os compe­lisse a ir ao seu destino.
1856/09/20

HONÓRIO PEREIRA BARRETO bate os indígenas de Cacanda, tendo o régulo prestado acto de submis­são na Praça de Cacheu.
1856/09/27
Tratado de paz com o gentio de Cacanda.
Em 27 de setembro de 1856 celebrou-se a paz entre a Praça de Cacheu e os gentios de Cacanda.
Em 20 de setembro expôs o governador da Guiné ao Governador Geral que tinha combatido estes gentios, destroçando-os, indo elles viver num mato fechado, onde fizeram uma barraca para habitarem.
Por espias seguras mandou examinar os caminhos até esse ponto e soube que o capim cobria o terreno a uma altura superior á de um homem e que havia grandes pantanos a atravessar. Tinha resolvido esperar pelo mês de novembro para lhe dar um novo ataque, apesar de todas as semanas implorarem perdão, solicitando a paz, que a recusou com varios pretextos.
Soube depois que os referidos.gentios tinham decidido abandonar definitivamente sua aldeia e espalharem-se pelas dos outros gentios, o que não vinha ao systema de equilibrio qne devia haver entre a Praça e os diferentes gentios, porque sendo as outras aldeias grandes e distantes pelo menos quatro leguas da Praça, por caminhos fechados de mato virgem, seria para s difficil atacá-los; e podiam, um dia, vir surprehender-nos quando menos esperassemos, ao mesmo tempo que havendo aldeias mais pequenas na nossa vizinhança, estas nos avisariam das traições que aquellas intentassem fazer, aviso que desde a existencia d·esta Praça até hoje sempre fizeram».
Em vista d'isto e por ser sua opinião que as aldeias dos gentios sejam contiguas aos nossos Estabelecimentos para com menos dispendio poderem ser castigados quando mereçam, e, tambem por conhecer o estado de apuro em que se acham as finanças d'este governo e vendo que o gentio escarmentado, depois da dura lição que levou, pedira por dez vezes humildemente, e até de joelhos, a paz, consentiu entrar em negociações para ella se realizar.
1856/10/08
HONÓRIO PEREIRA BARRETO consegue do régulo de Bianga a cedência da embocadura do estreito de Bassarel. H. P. Barreto cede ao Estado a ponta da Varela, cessão firmada pelos chefes Felupes em 6-3-1857. Em 19- 6-1861 o Governador Zagalo içou aí a ban­deira nacional.
1856/10/09
Achando-se presente o tenente-coronel e Gover­nador HONÓRIO PEREIRA BARRETO, foi assinado o tratado de paz e convenção entre os gentios de Naga e a Praça de Cacheu com quem se restabeleceram por essa forma as relações suspensas cerca de 50 anos antes.
1856/11/15
o Governador Geral de Cabo Verde determinou ao do Distrito da Guiné para criar, por conta do Estado, no Rio Grande, algumas colónias agrí­colas. Pelo patacho «Progresso» seguiram 53 colo­nos cabo-verdianos e 4 europeus que foram cari­nhosamente recebidos pelo Governador HONÓRIO PEREIRA BARRETO, que, para os instalar, celebrou um contrato de compra de terrenos com os beafadas.
1856/12/28

HONÓRIO  PEREIRA BARRETO compra um terreno (Imbaná) no Rio Grande de Bolola, para a fixação de colonos cabo-verdianos.
1857
Numa Pompílio Barreto, que assinou o tratado de Varela em Março de 1857, é descrito como «pertencente à casa de D. Rosa Carvalho Alvarenga. e filho de Cacheu:.. Em 1860 trabalhava a feitoria «Ponta Cacheu», na margem esquerda do Rio Grande. Filho de Honório Barreto e de Isabel Gomes,
ANNAES DO CONSELHO ULTRAMARINO.PARTE NÃO OFFICIAL.ANN. DO C. LT,-PARTE NÃO OFF.-SERIE I.-FEVEREIRO 1858
GUINÉ PORTUGUEZA . CACHEU-BISSAU.
llL.mo e Ex.mo Sr.-Tendo servido na GuinéPortugueza por espaço de ·quatro annos e meio, sendo Governador de Cacheu e Commandante do destacarmento de atilharia de 1ªlinha em Bissau, tenho a honra de submeter á consideração de V- Ex.ª,. e em conformidade dosdesejos por V. Exª manifestados, alguns esclarecimentos acerca daquellas nossas possessões, por saber o quanto V. Ex.ª se. Interessa no augrmento e prosperidade das cotonias do Ultranmar.
CACHEU, sendo uma praça circulada de povoações de gentios, algumas muito próximas, como são as de Cacanda e Picáu, julgo porisso que seria de grande utilidade que se leve a effeito a substituição da paliçada pelo murode pedra e cal, pois assim ficará esta praçaao abrigo de quaquer tentativa da parte dosindígenas, e dos contínuos roubos que os mesmoscommettem no tempo das aguas; para estefim se acha em Mata-Gallinhas, que dista umamaré de Cacheu, uma grande porçãode pedracomprada pelo Governo, e que no annode 1853 o Ex.mo Governador Geral Barreirosautorisou para se levar a effeito similhanteobra, à qual ainda até hoje se não deu começo,com grande prejuizo dos povos d’aquellapraça, que continuadamente eslá expostaa seratacada pelos seus inimigos; podendo a ditapedra ser conduzida de Mata-Gallinhas paraCacheu no lanchão pertencente ao Estado, que actualmente serve ali de correio para Bissau.Osbaluartes que existem nalinha da paliçadapara defieza da praça devem ser conservados,.tazendo-se-Ihes os reparos que necessitam, assim como os da casa forte, que tanto uns comooutros se acham bastante deteriorados.
- O rei de Portugal autoriza o governador Honório Barreto acorresponder-se diretamente com o Mínístro da Marinha eUltramar, demonstrando assim, confiança neste seu agente emterras guineenses.
- Honório Barreto oferece ao governo português o território deVarela, que herdara do seu pai.
- Um grupo de 53 colonos cabo-verdianos e 4 ponugueses instalam-se em Guínala.
- Criada a freguesia de Buba.
☻ Daremos finalmente tambem em relação aos escravos, o seguinte:

Mapa do preço dos escravos de ambos os sexos, com designação das diferentes idades e ofícios, calculado pelo valor médio dos mesmos escravos da cidade da Praia em 1 de Janeiro de 1857

«Mas alguns dos aspectos menos palatáveis-por exemplo, aqueles associados ao tráfico de escravos, que era regulado nos tratados entre as nações européias da época da Conferência de Viena-foram convenientemente omitidos pela historiografia oficial. Os acordos de mãe e filho (D. Rosa e Honório Barreto) como comerciantes (de escravos) privados foram completamente obscurecidos por sua carreira política. A evidência de que eram traficantes está contida nos relatórios da comissão anglo-portuguesa encarregada de supervisionar o cumprimento dos tratados que visavam abolir a exportação de escravos da África Ocidental. Eles demonstraram que, a despeito de Honório Pereira Barreto, no final de sua carreira, ter tomado medidas favorecendo a alforria e abolição do tráfico de escravos, ele e a sua mãe tinham traficado escravos em Cacheu nos anos 1830 e ainda na década seguinte.81 Documentos mostram que a escuna capturada pelas autoridades inglesas, que transportava escravos para as Bahamas, era de propriedade de Na Rosa, e que a maioria dos escravos estava registrada em seu nome e em nome de seu filho .82 Na verdade, ela tinha deixado instruções escritas para o comandante do navio sobre do que fazer com sua carga. Uma vez que os escravos foram embarcados na calada da noite, e consignados a um traficante privado (norte-americano) operando na costa, a tentativa de enganar os oficiais britânicos tornou-se clara. Por isso, a correspondência britânica sobre o assunto afirma que o estabelecimento-sede da empresa comercial da família em Cacheu "tem sido freqüentemente indicado ( ... ) como um bem notório mercado de escravos".83 A despeito do declínio de Cacheu como entreposto de escravos durante a primeira metade do século XIX, a casa comercial Alvarenga-Barreto era, de longe, a maior proprietária de escravos da área na década de 1850. Na ocasião do primeiro censo de escravos, realizado em 1857, a casa comercial possuía 147 escravos, sendo 77 mulheres e 70 homens. O clã Alvarenga tinha 290 escravos em Cacheu e Ziguinchor, o que representava mais de um quarto de todos os escravos registrados (1 085) destas localidades.84 Honório Pereira Barreto possuía 61 escravos (47 mulheres e 14 homens), enquanto seus parentes pela linha paterna (os Barreto) tinham 19 escravos. Assim, juntos, eles detinham catorze por cento da população cativa. Os dois clãs controlavam mais de um terço de todos os escravos de Ziguinchor e Cacheu.85 Enquanto isto, a criação de um conselho municipal em Cacheu em 1850 tinha, finalmente, implementado um decreto real que datava de 1605, e que lhe conferia os direitos de "cidade" e, portanto, uma aura de "respeitabilidade" após ter servido por mais de três séculos como porto de escravos.
Em contraste com a sua mãe, não há evidências de que Honório Pereira Barreto tenha se casado,86 uma circunstância interessante, convenientemente ignorada por seus biógrafos, que se abstêm de qualquer referência à sua vida privada.87 Uma fonte chega a admitir que "ele morreu solteiro, mas deixou descendência".88 Após o seu desaparecimento de cena, a influência e autoridade que tinha acumulado junto às sociedades africanas, e que conduziam até a mater familias Na Rosa, foram aparentemente ignoradas pelas autoridades de Lisboa e Cabo Verde, durante a "corrida para a África", como reconhece um autor: "Por morte de Dona Rosa passou esse grande prestígio para o filho e depois para os descendentes. O que teem perdido, por culpa das autoridades locais, que decidiram resolver os conflitos à força de balas, de preferência à intervenção diplomática dessa família, o que seria muito mais útil à prosperidade da colônia para o aumento do comércio e desenvolvimento da agricultura".89
82 Public Records Office (PRO), London, PRO/FO, 84/11 7. Dados gentilmente fornecidos por João Pedro Marques. Para uma perspectiva histórica da abolição no contexto português, vide Marques, Os Sons do Silêncio, op. cit. 83 Ibidem.
83 Ibidem
84 AHU, Fundo do Governo da Guiné, Livro 35
85 Os Alvarengas baseados na ilha de Santiago, em Cabo Verde, também possuíam escravos, embora em número muito menor, vide os dados do censo de escravos de 1856 em António Carreira, Cabo Verde; formação e extinção de uma sociedade escravocrata (1460-1878), Bissau, Centro de Estudos da Guiné Portuguesa, pp. 512-20. Honório Pereira Barreto também possa dois escravos na ilha de Santiago (Carreira "Cabo Verde", p. 519), e parentes dos dois "gan" possuíam cerca de trinta escravos. Na época, o maior proprietário de escravos do arquipélago tinha pouco mais de 50 escravos, enquanto os ricos comerciantes da Guiné podiam possuir centenas de escravos. O número total de escravos r egistrados no arquilago era de 5.182, três quartos dos quais em Santiago e Fogo.
86 Sobre a origem dos gan guineenses, veja George E. Brooks, "Notas Genealógicas de Proeminentes Famílias Luso-Africanas no Século XIX na Guiné'', Soronda, Instituto Nacionai de Estudos e Pesquisa (N EP), Bissau, 9 ( 1990), pp. 53-71.
87 O fato de que os filhos de sua irmã, Maria Pereira Barreto, casada com o funcionário e comerciante guineense Cleto Joda Costa, foram considerados como seus únicos sucessores legais poderia conírrmar isto. Arquivo Histórico Naciona!, Praia, Cabo Verde, Secretaria Geral do Governo, A6/9, Guiné: 21-8-1878.
88 Barreto, História da Guiné, p. 241. Seus descendentes diretos, embora "ilegítimos", (todos homens), foram Rufino António Barreto, Pedro Pereira Barreto, Ludgero Pereira Barreto, Ernesto Pereira Barreto e Heitor Pereira Barreto; eram caixeiros e "nenhum deles possa qualquer meio de riqueza" AHU, Lisboa, Cabo Verde, Pasta 51,30-9-1871.
89 Senna Barcellos, Subsídios para a História, Il, 3' parte, p. 159» -
A DINÂMICA DAS RELAÇÕES DE GÊNERO E PARENTESCO NUM CONTEXTO COMERCIAL: UM BALANÇO COMPARATIVO DA PRODUÇÃO HISTÓRICA SOBRE A REGIÃO DA GUINÉ-BISSAU SÉCULOS XVll E XIX. Philip J. Havik*,

Segundo a ultima estatistica militar havia na província de Cabo Verde, quanto á 1ª linha :
Ofllciaes do exercito de Portugal . . ……………….. . 10
Officiaes da provincia . ……………………………….. 17
Praças de pret………………………………………... 508
Officiaes, praças de veteranos e reformados . . . . ….15
____________________________________________
Total . . . . . …………………………………………..…535



O quadro da força militar da província é o seguinte:

O oommandante geral da força é o governador geral. O seu ordenado é de 3:000$000 réis annuaes, alem da gratiflcaçãode 4$000 réis diários,que recebe quando vae em correição á provincia. Tem dois ajudantes de ordens com o soldo das suaspatentes, a gratificação de 120$000 réis cada um,72$000 réis de forragens e 5$000 réis para cavallo.
O único navio de guerra que temos notica estacionar nas aguas de Cabo Verde é o palhabote Bissau, que serve decorreio entre as ilhas e a Senegambia on Guiné portogueza; sendo o administrador geral do correio da provincia o chefe
da alfandega da cidade da Praia, e administradores dos correios secundarios os chefes das outras alfandegas.
Alem da guarnição do nario de guerra acima referido, não ha outro pessoal de marinha no arcbipelago senão o capitão dosportos da proviocia (com o seu soldo e comedorias de embarcado), e os patrões mores das ilhas abaixo declaradas, corn os ordenados annuaes que lhes vão marcados.
VENTURA PEREIRA serviu como interprete no tratado com os Felupes de Varela, negociado em Março de 1857.
MANUEL JOSE GOMES, europeu, foi feito chefe da colonia do Rio Grande em 1857.

Maad a Sinig Kumba Ndoffene Famak Joof (the King of Sine) granted Teigne Chai Yassin Faal (var : Thiés Yacine Fall, King of Baol) asylum after he was defeated and exiled by the French at the Battle of Pouri.
1857/01/03
Chegam esses colonos, estabelecendo-se no porto de Santa Cruz de Guinala.
1657/03/06
HONÓRIO PEREIRA BARRETO representando a casa de D. Rosa Carvalho de Alvarenga e filhos fez cessão solene a favor da Nação Portuguesa dos terrenos que tinham sido dados pelos Felupes de Varela a seu pai, o major JOÃO PEREIRA BARRETO, de Cacheu.
1857/03/28
Por decreto de 25 de novembro de 1857 foi nomeado governador geral o capitão de Estado Maior Sebastião Lopes de Calheiros e Menezes, que tomou posse a 28 rle março do referido anno, na villa da Praia.
Com este governador seguiram para a província, o governador da Guiné Antonio Pereira Mousinho de Albuquerque Cotta Falcão, que tomou posse em 10 de Abril, Januario Correia d’Almeida, director das Obras Publicas, Felix Jode Sousa Santos e Jo Mourato, ajudantes de ordens.
1857/04/25
HONÓRIO PEREIRA BARRETO compra na Guinala as pontas Grande e Tibério.
1857/06/13
Em 13 de Junho de 1857 HONÓRIO PEREIRA BARRETO ofereceu ao Governo o território de Varela, que era propriedade de seu pai.
1857/06/25
Foi remetido com um ofício do Governador Geral de Cabo Verde o célebre protesto apresentado por HONÓRIO PEREIRA BARRETO, que do mesmo passo pedia a sua demissão de Governador, contra a execução da portaria nº 4, de 3 de Fevereiro, da Junta da Fazenda, protesto esse que foi man­dado trancar nos livros pelo Ministro Sá da Ban­deira; em portaria. Aceite a sua demissão, substi­tuiu-o ANTÓNIO PEREIRA MOUZINHO DE ALBUQUER­QUE COITA FALCÃO.
1857/07/15
Sá da Bandeiraautorisavapor portaria ·de 15 de Julho de 1857 a despesa feitapelo governador de Cabo Verde com uma colónia que.se devia fundar na Guiné no território do Rio Grande,onde jáhouvera uma povoação portuguesa denominada Santa Cruz. Nada disso foi por ·diante.
1857/08/15
Em 15 de -agosto de 1857 mandou-se estabeleceruma baliza para indicar aos navegantes um baixo de pedra que existe no rio de Bissau no sitio designado Pedr'alves;o havendo-sereconhecido os grandes perigos a que estavam sujeitos os navegantesque de Bissau ou do Oceano se dirigissem a Cacheupor terem de atravessar o banco de S. Domingos, por um dos dois estreitos canaes que no mesmo banco existem, o que por muito tempo deu logar a perderem-se bastantes navios. Quecom carregamentos importantes demandavam o rio de S. Domingos,determinou-se por isso tambem o estabelecimento n’aquelle banco de sufficiente numero de boias para com exactidãoficarem marcados os dois canaes que conduzem ao riode S. Domingos, de modo que, mesmo sem pratico. os navegantespodessem demandar e seguir com facilidade qualquerdos dois referidos canaes.
Em breve descobrimos o ilhéu de Bandim, fronteiro ao porto e aldeia do mesmo nome, no reino de Bandim, um dos dez estados dos negros papeis ou buramos, em que se divide a população de Bissau. Este ilhéu, de pequena extensão, habitado por cardumes de pássaros que ali pousam durante a noite ao abrigo das frondosas arvores que o povoam, é chamado lambem pelos franceses ilhéu de Bourbon, nome que lhe pôs um francês que n'elle residiu pouco tempo, por não poder levar a effeito o plano que concebêra de fundar ali um estabelecimento, visto não haver agua potavel, o que por outro lado é grande fortuna, poisque a não ser isto os francezes de certo teriam n'este ponto levantado um forte, quando trataram de se apossar do ilhéu (como se têem apossado de outros pontos na nossa Guiné).
Tambem influiu muito sem duvida para que desistissem das suas pretensões sobre o ilhéu de Bandim as energicas reclamações que fez n'aquella epocha o governador de Guiné.
1857/08/26
«Na Guiné pediu o Governador Arrobas a Honorio Barreto um relatório sobre a usurpação do rio Casamansa pelos franceses, o qual consta do seguinte:
Governo da Guiné Portnguesa, n.º 93, '1.ª Repartição, Lª Secção.
III .mo e Ex. mo Sr.-Digna-se V. Ex.ª em seu officio de 15 de junho ultimo que faça eu um minucioso relatorio t sobretudo do que diz respeito à usurpação do nosso rio Casamansa praticada pelos fran ceses. Cumprirei como puder esta ordem, mas serei longo porque sempre tomei este objecto em muita consideração e fiz tudo quanto podia e devia fazer para evitar a usurpação que infelizmente vi realizada. Respeitosamente peço licença para comar dizendo - alnfandum jubes renovare dolorem» pois tenho de tratar de negocios, c( quosque ipse miserrima vidi et quorum pars ID<k,<>na finivit.
Em 1829 chegnei eu a Cacheu vindo de receber em Li sboa uma mui limitada edne.ação, porem, sufficiente para poder avaliar e apreciar o procedimento das nossas autoridades em Cacheu. Notei que á indignidade e incapacidade dessas auctoridades se devia o estado em que vim encontrar a pequena Cacheu. Bem se podia dizer que não havia Governo porque não havia.,.nem quem entendesse o que era o governo, nem ao menos que representasse seu phantasma ; porque o tempo era pouco para os empregados, incluindo o Governador, occuparem-se no commercio, pois todos eram traficantes.
O Governador desse tempo andava na rua vestido indecenlemente, sem (VER MAIS)» -

Subsidios para a História de Cabo Verde e Guiné,  por Christiano José de Senna Barcellos,  parte VI, pgs. 111-, Lisboa, Imprensa Nacional, 1912
 1857/09/11
Comtudo devemos ainda na Guiné portugueza ao sr. ConselheiroArrobas o bom serviço de haver mandado faier em 10 de setembro de 1857 uma peguena fortificação no rio Grande,na ponta fronteira â Boa Esperança, onde tambem se erigiu uma igreja.
Em 11 de setembro de 1857 determinou mais o mesmogovemador geral Arrobas que se empregassem todas as diligenciaspossíveis em promover alguma emigração do archipelagode Cabo Verde para.o territorio do rio Grande, junto de Guinala, onde se havia felizmemte estabelecido uma feitoria e colonia portogueza, que tem prosperado e vae em progressivodesenvolvimento,segundo ouvimos.
Esperamos que com estes esforços e outros que o governoempregue tornemos a adquirir n'aquelle rio o nosso antigopoderío, oppondo-nos â influencia e violações dos estrangeiros,que tanto mal nos estão fazendo.
Os beaffares são uns negros tão ladrões como os balantas,e como elles tão devassos em costumes, acrescendo a isso seremtão vadios, como aguelles são trabalhadores. Os homensvestem umas camisas compridas que lhes dão pelos joelhos,e sobre isto cingem uns pannos que lhes chegam da cintura ameia perna; outros porém usam sómente umas pelles de cabracortidas. As mulheres veslem como as dos papeis.
Crêem na transmigração das almas, fallam n'uma divindadea que chamaHiram, e têem choças a que chamam (comoos papeis) baloubas ou xinas, onde o adoram, e aos sacerdotes e sacerdotizas chamam baloubeiros e baloubeiras. É pelas·mãos d'estes que offerecem ao seu idolo comidas preparadas,leite, aguardente e vinho de palma, e outras vezes uma victima,que ha de ser uma gallinba, uma cabra, ouuma vacca,havendo com tudo differença na cõr da victima,. que deve serbranca se for gallinba, e preta se for cabra ·ou vacca.
Aos baloubeiros e baloobeiras pertence presidirem a todosos actos importantes da vida social, como a declaração deguerra ou ao ajuste de paz; e são por isso mui consideradosentre os gentios, pois lêem para si que fallam com o Hiram.
1857/11/20
Erupção vulcânica na ilha do Fogo
1857/11/25
«Sebastião Lopes de Calheiros e Meneses - capitão de estado maior, nomeado por decreto de 25 de Novembro de 1857; posse· em 28 de Março do ano seguinte. Logo a seguir foi em visita a·o distrito de Guiné. Tendo deixado a província em Junho de 1860, foi encarregado do govêrno interinamente, o director das Obras Públicas, Januário Correia de Almeida. Por decreto de 29 de Abril de 1858, a vila da Praia foi elevada à categoria de cidade.» João Barreto
O governador SEBASTIÃO LOPES DE CALHEIROS E MENEZES deu á publicidade um relatório sobre a sua administração rfesta província em 1866. Com a sua competência e energia dizia : «São bons todos os meios que se empregarem tendentes a impellir os habitantes de Cabo Verde ao trabalho, ao movimento e á industria (menos á da mendicidade). A abertura de caminhos adequados ao transito possível, é um expediente a seguir em crises e um meio preventivo de as evitar». Os actos do governador foram revestidos destas três circumstancias graves: 1º — Alimentar a ociosidade á gente válida. 2º — Não proceder de forma a evitar a mortalidade geral com menosprezo da lei ; ser reservado e menos exacto nas suas informações ao ministro; 3º - Consentir a emigração para S. Thomé, sem protestar contra este facto com grave prejuízo para as condições económicas e financeiras da província.
O governador Calheiros, no seu relatório, expondo a rebellião havida em Jamaica pelos pretos, que reagiam contra a escravidão commettendo assassinatos; e das execuções e fusilamentos da parte do governo inglez, faz judiciosas considerações que transcrevemos: «Os assassinatos commettidos pelos pretos na Jamaica e as execuções e fusilamentos praticados ultimamente pelos inglezes, ou denotam ingratidão e inhabilidade para a civilisação da parte d'aquelles ou vicio e erro grave da parte d'estes. A primeira hypothese depõe contra a raça preta, e a segunda não abona a perícia e os instinctos philantropicos dos dominadores. Se a causa da civilisação requer taes espectáculos em pleno século XIX, repudiemos a causa e prescindamos da civilização.  A necessidade de dar braços á ilha de S. Thomé, que não podia recebe-los de Angola, foi causa de grandes conferencias entre o ministro da marinha e os agricultores de S. Thomé Inaudito abuso de poder ou exautoração de um official decretada e executada pelo Governador Geral da Provincia de Cabo Verde» / Sebastião Lopes de Calheiros e Menezes. - Lisboa : Typ. de J.G. de Sousa Neves, 1859.
Surto de varíola no arquipélago de Cabo Verde
Com a fundação de Dakar (1857), o comércio deslocou-se para a costa, com a consequente perda de importância da ilha de Gorée.

Gorée


1857/1858 ?
HONÓRIO PEREIRA BARRETO compra a Ponta Brito (Biombo) e o ilhéu de Mantampa (R. Mansôa).
 1858
- O governo português promove Bissau a vila (29/04).
-O barco de guerra inglês Trident, comandado por F. A. Close ataca Bolama e prende o comerciante JOÃO MARQUES, acusado do tráfico clandestino de escravos (26/08).
M. M. SILVA era urn comerciante residente em Bathurst em 1858, 1859 e 1862. 
1858/04/19
ANTÓNIO PEREIRA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE COTA FALCÃO, nomeado Governador da Guiné com o posto de 31.º Capitão-Mor de Bissau por Carta de D. Pedro V de Portugal de 25 de Novembro de 1857, para o que foi promovido a Capitão de Engenheiros por Decreto de 2 de Dezembro de 1857, tomando posse como Governador da Guiné Portuguesa em 1858.Faleceu a 27 de Junho de 1858
«Ao chegar ao fim do seu triénio, Honório Barreto pediu exoneração do cargo, a qual lhe foi concedida, tendo sido nomeado para o substituir António Pereira Mousinho de Albuquerque Cota Falcão. Êste oficial tomou posse em 19 de Abril de 1858, mas dois meses depois, falecia em Bissau e, por isso, O govêrno foi entregue provisoriamente ao oficial mais graduado, J. J. Cursino Peres.
No dia em que Honório Barreto preparava-se para embarcar de Bissau para Cacheu, a Comissão Municipal e o próprio Governador interino solicitaram a continuação da sua residência em Bissau, pois consideravam-na indispensável para a manutenção da ordem e respeito entre os papéis vizinhos.
O governador geral de Cabo Verde, em vista das solicitações, acabou por publicar a portaria de 7 de Agôsto, nomeando Honório Barreto governador interino, portaria que foi confirmada pelo decreto de 3 de Novembro de 1858.
Desta vez, porém, a sua permanência no gorno não foi muito prolongada, pois que, a 16 de Abril de 1859, falecia na fortaleza de Bissau em conseqüência de uma caquechia palustre, segundo o diagnóstico do médico assistente, José Fernandes da Silva Leão

João Barreto, HISTÓRIA DA GUINÉ 1418-1918, edição do autor, Lisboa, 1938, pg. 241.
1858/04/29
Em 29 de abril de 1858 um decreto fixou, para vinte annos depois, a epocha da extincção completa do estado de escravidão nos ·dominios da monarchia portugueza
1858/06/04
Em 4 de junho de 1858 aportou a Bolarna um vapor de guerra inglês carregado de arroz para distribuir aos escravos, ali refugiados, dos seus donos, de Bissau, rio Grande e ilha das Gallinhas. Fazia essa distribuição o preto David Laurence, encarregado de aquella ilha pelo governo inglês.
Depois de aquella data nenhum outro navio inglês visitou Bolama e como o arroz tivesse acabado voltaram á casa de seus donos os escravos. Contestando os ingleses os nossos direitos á posse de Boiama, á falta de argumentos para provarem os seus, alem da força de seus vasos de guerra,. que para lá mandavam e que provocavam conflictos com os portugueses, ali collocaram um preto como auctoridade, que promovia uma colonização inglesa com escravos portugueses, fugidos a seus senhores, a troco de umas libras de arroz.
Em Bissau não possuia o Goremo uma botica; havia ali uma da casa Nozolini, com drogas de antiga data. O cirurgião Dr. Lo as ia empregando, sem vantagens para os doentes, pagando-as a Fazenda por bom pro á casa fornccedora.
Pelo preço do anno anterior foram arrematadas as alfandegas da Gniné, exigindo os arrematantes a condição de se continuar a receber nas alfandegas a moeda fraca fraccionaria.
A muralha da Praça de Bissau fora reparada. O Quartel do Governo e quartos dos officiaes, o hospital e o quartel da Bateria estavam quasi em ruinas, sendo preciso construi-los de novo.
Havia necessidade de se construir uma casa para alfandega, por ser impropria a que estava servindo e pela qual se pagava a renda annual de reis 240$000.
Os officiaes e mais rmpregados recebiam seus vencimentos em moeda fraca, por ordem da Junta da Fazenda, quando em Cabo Yerde se pagava em moeda forte, sendo o serviço menos penoso.
Nem mesmo deu a Junta ela Fazenda cumprimento ao Decreto de 9 de outubro de 1855, que mandou abonar aos officiaes, que fossem servir na Guiné, mais 50 por cento álem dos seus soldos e gratificações.
Soliçitaram indemnização por violencias praticadas pelos ingleses em Bolama os negociantes de Bissau Alexandre Pinto Tavares, Nozolini Junior & C.ª e João Marques de Barros.
1858/08/07
HONÓRIO PEREIRA BARRETO voltou ao governo interinamente a 7 de Agosto de 1858 e em definitivo por decreto de 30 de Novembro.
1858/08/26
Em 26 de agosto de 1858 fundeou no porto de Bolama o vapor de guerra inglez Trident, commandante F. A. Close, que ali commetteu actos de violencía contra os portugueses, e de isso deu conta o morador José Carlos Rebello Cabral, no mesmo dia, a Honorio Barreto que se encontrava em Bissau.
E assim affirmavam os ingleses que os portugueses é que faziam escravos quando o governo de Serra Leoa era um deposito de negros escravisados.
Sobre tão incorrecto procedimento do commandante Close, protestaram as casas estabelecidas, em Bolama, de Nozolini Junior & Comp.ª, João Marques de Barros, JoLoureo de Araujo, Candido da Silva Ribeiro ; tambem protestou Martinho da Silva Cardoso, proprietario em Bissassema, contra os actos do mesmo commandante.
A casa Nozolini pediu uma indemnisação de 40 contos de réis, pela expoliação de escravos, da cultura e dos predios existentes. Sem escravos, que eram precisos para as mondas, perdeu a colheita da mancarra, cultivada n'uma area de seis milhas quadradas, álem do milho, feijão e purgueira que tinha sido plantada tres mil estacas. O 2.º i\Iarques de Barros pediu de indemnização 8 contos ; o 3. 0 2 contos e o 4.0 1006000 réis.
O ministro da Marinha e Ultramar Sá da Bandeira reclamou em 23 de novembro de 1858 para o dos Estrangeiros relatando-lhe os factos acima ditos e sobrétudo o de David Lourenço, que se occupava no trafico da escravatura dos gentios Nalus, e que fora visitado na sua feitoria da Bissassema por Close, depois de ter sido recebido a bordo por este, como seu conselheiro.
O nosso ministro, em Londres, conde de Lavradio, apresentou a lord Malmesbury um energico protesto em 19 de janeiro de 1859, reclamando a devida satisfação. Respondeu este em 26 de fevereiro, sustentando os argumentos do visconde de Palmerston de 9 de junho de 1841, que a ilha pertencia á Gran Bretanha e que o commandante Close procedera regularmente e çonforme as suas instrucções.
1858/09/00
Início da construção da alfândega da ilha de São Vicente
1859/1865
Faidherbe made Cayor and Baol (the former Serer State) protectorates. The Battle of Nandjigui (1859) : The King of Saloum - Maad Saloum Kumba Ndama Mbodj (var : Coumba Ndama) killed by the Muslim Marabout forces in a jihadic expedition in Saloum. The jihad led by Maba Diakhou Bâ.[1]
1. ^ a b c Sarr, "Histoire du Sine-Saloum", pp 33-5
1859
PEDRO SEMEDO CARDOSO era casado com Maria Gomes; os seus dois filhos foram AUGUSTO SEMEDO CARDOSO(1859-1904) e DOMINGOS ALVES CARDOSO. O ultimo era tenente de segunda linha e juiz do povo.
Várias foram as tentativas estrangeiras, nomeadamente britânicas, de intervir a cada passo na Guiné, fazendo, entre 1838 a 1869, larga ostentação de poderio naval nas respectivas águas. De todas essas tentativas consideramos que as mais graves ocorreram em 1859 e em 1861, quando o Governador da Serra Leoa mandou arvorar a sua bandeira em Bolama e quando os Ingleses consideraram a Ilha parte integrante da colónia de Serra Leoa, respectivamente. Portugal reagiu, apresentando uma proposta para que a Inglaterra desistisse das suas pretensões ou, então, poder-se-ia recorrer a arbitragem. A Inglaterra, como já se tinha estabelecido na Ilha, não só recusou a proposta, como ainda, desencadeou violentas pressões e ataques armados à colónia do Rio Grande. Como resposta, o Governo de Cabo Verde decidiu libertar do domínio inglês a ilha de Bolama; fê-lo pela força e sem esperar ordens do Governo Central. Perante este acontecimento, a Inglaterra não protestou e resolveu aceitar a proposta anterior, tendo sido designado para árbitro o Presidente dos Estados Unidos da América, Ulisses Grant, que, no dia 21 de Abril de 1870, proferiu a Sentença, atribuindo a Portugal plena razão, tendo por fundamento a descoberta da Ilha e do “(...) território fronteiriço na terra firme (...) por um navegador português em 1446 (...)”, pela ocupação de “(...) toda a costa na terra firme defronte da Ilha (...)” (3) e pela da própria Ilha.
1859/03/03
Início da construção do cais no porto da Praia, ilha de Santiago
1859/03/05
O Conde de Lavradio, Ministro de Portugal em Londres, apresentou uma  nota a lord Malmesbury, em que expunha novamente os incontestáveis direitos de Portugal à posse da ilha de Bolama,A discussão sobre o assunto  começou com o Governo britânico em 5 de Março de 1834. Os ingleses  apresentavam um documento sem base séria, datado de 29 de J unho de 1792da cessão daquela ilha, quando é certo que o Governo Por­tuguês mandara tomar posse da mesma 40 anos antes.
1859/04/16
O governador HONÓRIO PEREIRA BARRETO morreu na fortaleza de Bissau
O desenlace deu-se pelas 8 horas e meia da manhã, sendo seu médico assistente o DR. SILVA LEÃO. O Director da Alfândega, comunicando o triste acontecimento ao Governo Geral de Cabo Verde, diz que a Praça ficava em estado de alarme.
HONÓRIO PEREIRA BARRETO nunca casou, mas foi conhecido como pai de vários filhos. Os de que há notícia:
ERNESTO AUGUSTO PEREIRA BARRETO Casado com Genoveva da Costa, filha de José Maria da Costa e Inês da Costa, era meia irmã de Edwiges Pereira Barreto.
EDWIGES PEREIRA BARRETO Casou com Richard Turpin, comerciante franco-africano de Saint-Louis, Senegal. Filha de Honório e de Inês da Costa, mulher do comerciante JOSÉ MARIA DA COSTA, sapateiro de Lisboa deportado para a Guiné. Este, apoiado pela mulher do Sr. Moniz, conseguiu o máximo de liberdade consentida a um degredado e estabeleceu-se como comerciante em Bolor, onde comprou uma jovem de Sonco, casou com ela e deu-lhe o nome de Inês da CostaHonório Barreto acusou-o de chefiar a revolta dos grumetes e mandingas de Farim e sequestrou-lhe os bens para pagamento das despesas da guerra. Enamorou-se depois da Inês da Costa, mas ela recusou as suas pretensões e Honório Barreto mandou o marido dela para Geba. Para conseguir o regresso do marido para Cacheu Inês submeteu-se, tendo então nascido a Edwiges. Ao saber do caso, José Maria da Costa morreu de desgosto em Geba.
RUFINO PEREIRA BARRETO Filho de Honório e de Cristina Gomes Baião, falecido e sepultado em Bolama em 25 de Março de 1897.
CARLOS HONÓRIO BARRETO Filho de Honório e de Cristina Gomes Baião, assinou o tratado de cessão à coroa portuguesa da aldeia de Bianga, no rio Bassarel, em Outubro de 1855.
NUMA POMPÍLIO BARRETO Filho de Honório Barreto e de Isabel Gomes, assinou o tratado de Varela em Março de 1857, é descrito como «pertencente à casa de D. Rosa Carvalho Alvarenga, e filho de Cacheu”. Em 1860 trabalhava a feitoria “Ponta Cacheu” na margem do Rio Grande.
MARIA ROSA PEREIRA BARRETO   Casou e teve cinco filhos do filho de Inês Costa e José Maria da Costa, CLETO JOSÉ DA COSTA. Este sabia do procedimento de Barreto para com a sua mãe, causa da morte de seu pai, mas não se preocupou em casar com a filha do ilustre Barreto,concedendo apelidos aos seus filhos, o que parece ter sido a causa da  promoção na sua carreira, que culminou em 1890 com a nomeação de director da Alfândega de Cacheu. Tinha considerável influência junto dos africanos locais, havendo quem se interrogasse se era por qualidades pessoais ou pela reputação da família da sua mulher.
Teve Honorio um filho a quem elle mandara educar em Lisboa e que alguma instrução recebeu, uma filha que foi casada com Cleto José da Costa, funccionario aduaneiro dos mais distinctos e que por estar ligado a uma filha de Honorio, era grande o seu prestigio com os gentios e gozava de todas as immunidades que tinha o seu sogro entre as mais indornaveis tribos; reunindo todas as qualidades de um prestante cidadão, vimos Cleto da Costa em 1890, accumular ao seu cargo de director da alfandega de Carheu mais os de commandante Militai e juiz Ordinario, porque assim exigia o socego que era preciso manter-se entre as tribos vizinhas de Cacheu.
Outros filhos de que se sabe só o nome, não constando mais indicações: Rosa, Casada com Francisco José Benefício, João Pereira Barreto, Pedro, Catarina, Ludgero, Heitor, António, Amadeo, Rosália, Clementina, Balbina.
1859/04/23
Dr. José Maria da Costa – juiz de direito por decreto de 23 de Abri de 1859 tomou posse em 4 de Julho. No ano seguinte foi à Guiné em correição judicial. Censurado mais de uma vez por se imiscuir na política local, foi transferido para a comarca de Salsete.
1859/04/29
Em 29 de Abril de 1859, Bissau é elevada a categoria de Vila.
1859/05/18
The Battle of Logandème, Louis Faidherbe, the French governor of Senegal defeated the Serer people of Sine and Maad a Sinig Kumba Ndoffene Famak Joof at Logandème.
1859/06/08
Nomeação do DR.JOÃO CHRISÓSTOMO DE AMORIM PESSOA como bispo da diocese de Cabo Verde.
1860
José Alberto Marques é governador interino da Guiné.
Apesar da abolição do comércio de escravos em 1814, Ziguinchor continuou-o, !860, a irmã do comandante do presídio, Rosa Carvalho (Alvarenga) possuía 100 dos 500 autorizados pelo Governador da Guiné. O comércio é quase nulo. O governador era seu filho, Honório Pereira Barreto…
DOMINGOS CORREIA tinha urn estabelecirnento no Rio Grande em Abril de 1860, quando foi em auxiIio de MARTINHO DA SILVA CARDOSO em Bissasserna.
JOÃO CARDOSO estava em Bissassema em Abril de 1860.
Nos anos 1860, precipita-se a queda do Gabú, com sucessivas deserções de “nianthios” num contexto em que a guerra com o Fouta se tornara palco de complexas alianças e traições, mais ditadas por motivos políticos e económicos do que religiosos.
JANUÁRIO CORREIA DE ALMEIDA é governador de Cabo Verde.
Mas a sua carreira civil foi muito mais importante, desde que em 1857 foi nomeado Diretor de Obras Públicas do Distrito de Cabo Verde, e como tal percorreu todas as ilhas do arquipélago e a costa da Guiné, ao tempo governada por HONÓRIO BARRETO e ANTÓNIO PEREIRA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE COTA FALCÃO. Escreveu a respeito dessa possessão um livro, a que pôs o título Um Ano na Guiné, que se publicou em Lisboa em 1859. Em 1860 foi nomeado 82.º Governador-geral Interino da mesma província (de Cabo Verde), sucedendo a SEBASTIÃO LOPES DE CALHEIROS E MENESES, donde se retirou em 1861 por ter terminado a sua comissão, oferecendo-lhe os cabo-verdianos uma Espada de Honra e uma Medalha de Ouro, em reconhecimento pelos muitos benefícios que lhe deviam. Como Diretor de Obras Públicas mandou construir o cais no Porto da Praia, a Câmara, quartéis e estradas na Ilha de Santiago, as alfândegas nas Ilhas de São Vicente e do Fogo e outras obras importantes; como Governador, instituiu o Liceu na capital da província, regularizou o serviço do correio e reformou muitos serviços.
Graças, porém, à acção do nosso já conhecido governador Januário Correia de Almeida, aconteceria a instalação do Liceu Nacional de Cabo Verde, inaugurado na Praia, como conta Francisco Lopes da Silva, com desusada pompa e no meio de salvas de canhões, como forma de dar a maior publicidade a evento tão importante e certamente com intuito de fazê-lo perdurar.
Mas infelizmente em vão, não serviu de nada, esse liceu viria a ter vida efémera, no ano seguinte já não existia, por falta de instalações e dinheiro para pagar aos professores. Ora o seu encerramento abriu de novo o caminho às pretensões da igreja que desde os tempos de Filipe I sonhava com um seminário em Cabo Verde. E de facto, logo que foi confirmada pelo papa Pio IX a escolha do rei D.Luís I da pessoa do bispo D.José Alves Feijó para dirigir a diocese de Cabo Verde, este dirigiu-se ao ministro e secretário d’estado dos negócios da marinha e ultramar, na altura o escritor Mendes Leal, homem de cultura, poeta e romancista afamado e membro da Academia Real das Ciências, solicitando os seus bons ofícios no sentido da criação de um seminário-liceu em S.Nicolau, na altura, lembre-se, cabeça da comarca de Barlavento. Mendes Leal mostrou-se sensível ao pedido e, dos seus esforços, resultou a criação desse estabelecimento de ensino por decreto de 3 de Setembro 1866.
Durante o seu governo JANUÁRIO CORREIA DE ALMEIDApercorreu todas as ilhas do arquipélago de Cabo Verde e a costa da Guiné como Director de Obras Públicas do Distrito de Cabo Verde. Morreu em funções, tendo sido sucedido também por Honório Barreto, o qual aí morreu a 26 de Abril do ano seguinte, também em funções. É mencionado como falecido a 30 de Maio de 1859.
Fundação do Liceu Nacional da Província de Cabo Verde 
1960/02/25
Foi nomeado por decreto, para governador da Guiné o tenente-coronel do Estado Maior Antonio Candido Zagallo, que tomou posse em Bissau em 25 de fevereiro de 1860: foi acompauhado de um secretario, de um capitão, três tenentes, um pharmaceutico, um carpinteiro e 74 praças.
1860/05/10
Governo inglês proclama a incorporação de Bolama na Serra Leoa.
1860/09/06
Nomeação de CARLOS AUGUSTO FRANCO no cargo de governador-geral de Cabo Verde
1860/12/03

O Governador da Serra Leoa, em Bolama, escreve ao Governador da Guiné reivindicando Bolama e o Rio Grande.
1861
1861 - Guerras entre Portugueses e Beafadas nas regiões de Bambadinca e Geba. As populações de Churo, Cacanda, Pecau e Mata declararam por sua vez guerra à Praça de Cacheu.
FRANCISCO DE CARVALHO ALVARENGA foi Delegado Administrativo em 1961 a seguir a umas desordens em Ziguinchor
CARLOS JOAQUIM FRANCO é governador de Cabo Verde.
Início da construção da alfândega da ilha do Fogo
The great Jogomay Tine of Gorom[33] was displeased when Damel Majojo Faal[34] (the
French-backed puppet king of Cayor[35]) conceded his province to the French governor – Louis Faidherbe. Damel-Teigne Lat Jorr Ngoneh Latir Jobe who had now form good relations with the French was invited by the French to occupy the region including Jogomay Tine's province. Majojo was declared too incompetent by the French.[35] Jogomay Tine refused to submit to neither Lat Jorr nor the French, and refused to authorise the Serer population of his province to part take in the 1863 census. In April 1863, governor Émile Pinet-Laprade of France authorized the French forces to enter his province. He was killed by the gun shot.[29]
Disgruntled members of the Muslim jihadic movement (the Marabouts) such as Sambou Oumanneh Touray, assisted by Cheikhou Jobe and Manjie Khoreja led a jihad in Sabakh and Sanjal and killed the last Farank Sabakh and Farank Sanjal.[36] Sambou annexed both States and called it Sabakh-Sanjal. After the Muslims' victory in these two States, they launched jihad in Kaymor and killed the Buumi Kaymor - Biriama Jogop who refused to submit to Islam. Waly Nyang, the griot and advisor to the Buumi, beat his tam-tam and called for martyrdom in accordance with the Serer principle of Jom rather than succumbing to Islam. Jom in Serer means honour. Serer religion permits suicide only if it satisfies the Jom principle (see : Serer religion).[37][38]Maba Diakhou Bâ, leader of the Muslim marabouts was not involved in the attack of Kaymor. The attack on Kaymor was done by the disgruntled three without his authority.[37]
33. ^ Variation : Diogomay (French spelling of Jogoymay in Senegal).
34. ^ French spelling in Senegal : Madiodio Fall
35. ^ a b Klein, Martin, "Islam and Imperialism in Senegal, Sine-Saloum", p130
36. ^ Titles of the Chief of Sabakh and Sanjal respective. Both States were tributary to the Kingdom of Saloum
37. ^ a b Klein, pp 74-75
1861/04/00
JUSTINIANO D' ALMEIDA E SILVA esteve presente na assinatura de urn tratado em Varela em Abril de 1861.
1861/05/00
«O governador Zagalo trabalhou activamente para continuar a obra da ocupação dentro do nosso território. Visitou Cacheu e Ziguichor e fez a ocupação da aldeia de Varela. Quando regressou a Bissau da :sua visita ao Norte, soube que o major da segunda linha, Correia Pinto havia sido preso pelos biafadas de Badora. Depois de· obtida a sua libertação, Zagalo fez uma batida contra os biafadas durante os meses de Maio e Junho de 186i, destruindo algumas das suas povoações e passando além ele Bambadinca.
Se. bem que desta campanha não tivesse resultado uma derrota completa dos revoltosos, representava já o primeiro passo para a demonstração das nossas fôrças, que até ali não tinham passado dos fortes de S. Belchior e de Geba. Para a guerra contra os indígenas de Badora o governador Zagalo requisitou fôrça europeia e artilharia, requisição que naturalmente não pôde ser satisfeita.»
João Barreto, HISTÓRIA DA GUINÉ 1418-1918, edição do autor, Lisboa, 1938, pg. 242-243
1861/08/00
«Nêsse mesmo ano, no mês de Agôsto, os gentios de Churo, Cacanda, Pecau e Mata dleclararam guerra à praça de Cacheu, tendo havido luta durante dois meses ao fim dos quais os indígenas desistiram sem qualquer resultado apreciável de uma ou outra parte. Dirigiram a defesa da povoação os oficiais Manuel Fortunato Meira e Diogo Maria Morais
João Barreto, HISTÓRIA DA GUINÉ 1418-1918, edição do autor, Lisboa, 1938, pg. 243









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