terça-feira, 8 de março de 2016

COLONIZAÇÃO DA GUINÉ 1513-1514



1513
Em 1513, PERO GUIMARÃES apresenta uma estimativa populacional para a cidade de Ribeira Grande na qual chama particular atenção o reduzido número de mulheres brancas, 4, num universo que abarca 56 “estantes”, 58 “vizinhos” brancos e 32 negros.(1) Em nossa opinião, uma das principais inferências a tirar dessa inexpressiva presença de mulheres brancas é a de que o verdadeiro território do colono branco, real ou simbólico, encontravase fora do limite territorial do arquipélago. Havia uma grande incongruência entre seu espaço vital (compreendendo a ecologia, os meios de subsistência e de reprodução), e seu espaço virtual (compreendido como o espaço-modelo a que obedecem a organização e projeção das atividades atuais e concretas). O mundo das suas relações estava fora do “mundo” que ele mesmo criara. Com efeito,  apesar da sua hegemonia socioeconômica, o colono branco não parecia inclinado a estabelecer-se definitivamente na ilha, e as sucessivas polêmicas em que se envolveu não se conectavam especificamente à necessidade de assegurar o desenvolvimento e a ordem da sociedade emergente, mas, antes, traduziam o sentido de uma luta virada por a autoconsagração econômica.
(1) Quanto aos escravos, embora se suponha que tivessem sido muitos, em virtude do número de negros livres, o documento foi omisso.
Trata-se de PERO DE GUIMARÃES, que terá chegado às ilhas entre fins de 1512 e início de 1513. Entre as várias incumbências que tinha destacam-se: o conhecimento de práticas irregulares existentes na terra tais como a posse ilícita do dinheiro dos defuntos, o uso de pôr o dinheiro dos órfãos a ganho e a exportação de peles das ilhas de Santiago e do Fogo para lugares fora do Reino; o levantamento do número de vizinhos das ilhas e a proibição do emprego de marinheiros e pilotos estrangeiros nas armações de Guiné.
ANTT, CC, I-12-120, in HGCVCD, vol. I, doc. 80, 22-Mai-1513.
O pagamento do “corregedor PERO DE GUIMARÃES e AFONSO NOGUEIRA meirinho e três homens seus, e JOÃO PEÇANHA, escrivão da correição”, não obstante figurar na lista de despesas efectuadas pelo almoxarife da Ribeira Grande, da qual aliás, também se achavam debitados os custos com a embarcação que os havia transportado “de Portugal a esta ilha”, é feito à parte, em virtude de certos alvarás régios e excede, em muito, o valor declarado sob a rubrica “ordinárias...desta ilha de Santiago”(1).
(1)- ANTT, Núcleo Antigo, nº 757, in HGCV-CD, vol. II, pp. 308-309.
1513/04/27
«Já vimos, que data de 1513 uma maior actividade no commercio dos escravos da Guiné, recebidos em numerosas caravellas; porém a verdade é que algumas d'ellas sendo pilotadas por marinheiros rudes, que desconheciam por completo a arte de navegar ou se perdiam nos bancos da Guiné, ou se afastavam das ilhas no regresso, e que só por uma felicidade inexplicavel eram encontrados no alto mar; este caso deu-se com Braz Fernandes, creado de Diogo Fernandes, marinheiro, que tendo ido ao Rio Grande na caravella s.n Crlll buscar negros, teve que arribar ao rio Casamansa, porque o navio estando oomido pelo bwano (Jlusano, teredo navalis), fazia agua.
Abandonados como estavam, e tendo conhecimento de no rio de S. Domingos haver alli um capitão da villa, que era Duarte Ribeiro que havia sofrido uma royndade e represaria (represalia) do piloto e marinheiros de uma e outra caravella de Diogo Fernandes, que alli fóra prover-se do necesario, a qual se destinava depois á Serra Leoa a buscar negros, sendo abandonada pelo piloto, tomara posse d'ella Braz Fernandes com a condição de poder embarcar os seus escravos e entregal-a em Santiago ao dono. Partiram a 17 de abril de 1513 para Santiago e ao cabo de 18 dias (15 de maio) toparam com a nau Conceição navegando para Lisboa, capitaneada por Gonçalo Preto que regressava da ilha de S. Thomé. O piloto da caravela, que calculava estar entre as ilhas, soube pelo capitão da nau, que estava a 150 leguas a oeste d'ellas; depois de lhe fornecer mantimentos e agua de que tanto careciam, quiz o piloto ainda arribar á Guiné, o que não fez, por lhe ter feito ver o capitão, que seria melhor elle procurar terra de christãos e que os soccorreria.»
Subsidios para a História de Cabo Verde e Guiné,  por Christiano José de Senna Barcellos,  parte I, pgs. 77-78, Lisboa, Imprensa Nacional, 1899
1513/05/14
Petição apresentada por BRÁS FERNANDES, morador em Santiago, a João Álvares Neto, almoxarife da ilha Terceira, dizendo que, em 14 de Maio de 1513, partira de Cabo Verde para a Guiné como marinheiro do navio Santa Cruz, do armador RUI PEREIRA. Vindo já com a armação feira, o navio arribou no rio Casamansa, sendo necessário deitar fora toda a carga. Porém, não puderam continuar a navegar, encontrando então o navio de DIOGO FERNANDES, morador na ilha de Santiago, cujo piloto andava amorado. Brás Fernandes pediu ao piloto que lhe desse o navio, encarregando-se de o entregar a Diogo Fernandes. Aproveitou o transporte para levar certas peças de escravos de que devia quarto e vintena ao rei. Tendo partido para Santiago, o navio foi apanhado por uma tempestade, achando, na volta da Guiné, o navio Conceição, de que era capitão e piloto GONÇALO PRETO, vindo de S. Tomé. Este dispôs-se a conduzi-los aos Açores, ilha Terceira. O suplicante pede justiça
O inquiridor ouviu as seguintes testemunhas, confirmando o depoimento do suplicante:
GONÇALO PRETO, cavaleiro da casa del-rei. 4 de Julho de 1514
PEDRO ANES, mestre do navio Conceição. 4 de Julho de 1514
AFONSO ÁLVARES. 4 de Julho de 1514
LOPO DIAS. 26 de Agosto de 1514
Ouvidas as testemunhas, Brás Fernandes requer ao almoxarife que lhe seja passada certidão comprovando que lhe foram cobrados o quarto e a vintena sobre os escravos
1513/07/12
Certidão de arrendamento das ilhas de Santiago, Fogo e Maio a FRANCISCO MARTINS, morador em Santiago, e a JORGE NUNES, por três anos (1513-1516), pela quantia de 1 450 000 reais por ano. Fora já dada fiança correspondente à quarta parte do valor total da renda, devendo Francisco Martins e Jorge Nunes serem reconhecidos como rendeiros a partir do dia de São João de 1513. 12 de Julho de 1513
1513/07/20
Registo da saída no navio São Gião da vila da Ribeira Grande para Portugal. Cobrança da dízima sobre dois escravos de um genovês.
1513/07/28
Registo da saída do navio Anunciada da vila da Ribeira Grande para Portugal. Cobrança da dízima sobre a coirama
1513/08/25
Registo da saída de um navio de MARCOS LUÍS. Cobrança da dízima sobre a coirama.
1513/08/30
Registo da apresentação feita a 30 de Agosto, na Ribeira Grande, ao almoxarife ÁLVARO DIAS, pelo procurador de FRANCISCO MARTINS (rendeiro das ilhas) do alvará de arrendamento do contrato dos rendeiros e de uma certidão feita em Lisboa a 12 de Junho de 1513.
1513/09/17
Certidão comprovando que FRANCISCO MARTINS arrendou todos os direitos das ilhas de Cabo Verde (Santiago, Fogo e Maio) por três anos (1513-1516) e que nomeou, como parceiro, JORGE NUNES, morador na Ribeira Grande, na terça parte da referida renda
1513/10/02

Registo da cobrança dos quartos e vintenas, pagos em Santiago, na Ribeira Grande, transportados no navio Santa Bárbara, do armador DINIS GONÇALVES, e resgatados na costa da Guine pela armação e pelos que aí se deslocaram. Inclui o registo da cobrança dos mesmos direitos sobre as encomendas.
Facsimile of Cape Verde customs duty paid by SLAVE TRADER JOHAM DE SEQUEYRA ON OCTOBER 1513. See Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Núcleo Antigo, livro 757, fol. 17v. See folha 17v of this work.



1513/10/03
Registo da cobrança dos quartos e vintenas, pagos em Santiago, na Ribeira Grande, sobre os escravos transportados no navio Santa Maria da Graça, do armador FERNÃO MENDES, capitão da RibeiraGrande, resgatados na costa da Guiné pelo armador e pelos que aí se deslocaram. Inclui o registo da cobrança dos mesmos direitos sobre as encomendas.
1513/10/15
Registo da cobrança dos direitos, pagos em Santiago, na Ribeira Grande, sobre os escravos transportados no navio Santa Maria do Caba, dos armadores DONA BRÍSIDA e JOÃO VIDÃO, resgatados na costa da Guiné pela armação e pelos viajantes. Inclui as encomendas
1513/10/23
Registo da cobrança dos direitos, pagos em Santiago, sobre os 60 escravos transportados no navio Conceição, dos armadores RUI PEREIRA e VICENTE DIAS, em parceria, resgatados na costa da Guiné pela armação e pelos viajantes. Inclui as encomendas.
1513/10/30
Apresentação de JORGE NUNES, na Ribeira Grande, Santiago, como parceiro do arrendamento na terça parte das rendas das ilhas de Cabo Verde.
1514
Registros do século XVI precoce Cabo Verde identificar um segundo ANTONIO DE NOLI, mas isso não foi o descobridor e o primeiro governador Cabo Verde. o segundo ANTONIO DE NOLI foi um capitão de navio que transportava prisioneiros humanos de West África para as ilhas de Cabo Verde, assim como o governador Antonio de Noli. o mais novo Antonio de Noli foi membro da segunda geração de colonos de Cabo Verde. Ele também sentou-se na Câmara Municipal de Ribeira Grande. Em 1514 o jovem Antonio de Noli capitão do navio Santa Margarida, que foi equipado em Cabo Verde Ilhas e navegou o navio para a África Ocidental para o comércio em algum lugar entre o Cabo Verde península e Libéria. Em 03 de maio de 1514 o navio voltou para o Cabo Verde Ilhas, e navegou em alfândega na Ribeira Grande, e declarou vinte e três escravizados Ocidente Africans
PERO VAZ DE ALMEIDA é capitão-mor de Arguim até 1515
RUI DE AGUIAR Português Clérigo (1514, 1515) Importa e exporta peças e mercadorias da Costa da Guiné (1513-1515)
DIOGO ALEMÃO, Nasceu em 1489 Em 1539 encontra-se em Lisboa Capitão da Ribeira Grande Armador (1528) Piloto (1539) Proprietário rural
JOÃO ALEMÃO, Castelhano Capitão e rendeiro da vila da Ribeira Grande (1515, 1516) Corregedor das ilhas de Cabo Verde (1517-1521) - Foi o 1º morador a ocupar esse cargo? Armador (1514) Capitão de navio (1514) Proprietário rural em São Martinho
BASTIÃO ALMEIDA, Meirinho da correição das ilhas de Cabo Verde (1538) Importa peças e mercadorias da Costa da Guiné (1514)
JOÃO ANES, ARMADOR (1514)
LOURENÇO ANES, Português Proprietário Piloto do navio (1514) Importador e exportador de mercadorias da Costa da Guiné (1514-1515)
MIGUEL BISPO, Homem do almoxarife e guarda dos navios da feitoria real na ilha de Santiago (1538-1546) Importa peças e mercadorias da Costa da Guiné (1514-1528) Capitão de navio (1515)

PEDRO ÁLVARES BORDALO Feitor dos tratadores de Portugal na Ribeira Grande (1514- 1515) Fugiu da cadeia de Santigo e foi refugiar-se  numa igreja onde o foram prender (1504) Importa peças e mercadorias da Costa da Guiné (1514, 1515) 
GONÇALO CASTRO, Mercador Importa e exporta peças e mercadorias da Costa da Guiné (1514-1528) Escrivão de navio (1515) Proprietário de terras
ÁLVARO CHAVESImporta peças e mercadorias da Costa da Guiné (1514-1528) Capitão de navio (1515, 1528) Proprietário rural
RODRIGO ALONSO COLAÇO, Sogro de João Rodrigues Armador (1514) Capitão de navio (1514, 1515) Proprietário rural
JOÃO CORDEIRO, Sua filha era casada com Tomé Falcão Falecido (1540) Escrivão do almoxarifado da vila de Alcatrazes (1514-1516) Escrivão da Câmara da vila da Ribeira Grande (1519) Tabelião “por El rei” na vila da Ribeira Grande (1526, 1528, 1529) Grande importador de escravos da Costa da Guiné (1514-1528) Proprietário rural – Fez avença com os rendeiros “por toda a sua fazenda que nesta ilha tem por o dízimo /…/ se obrigou a pagar 5.000” (1513-1516)
JOÃO DIAS, Proprietário Importador de mercadorias da Costa da Guiné (1514) Capitão de navio (1514) Contrabandista - implicado com Estêvão Jusarte na tomada de um navio pertencente a João de Lila, rendeiro da Serra Leoa.
ANTÓNIO FERNANDES, Mercador Importador e exportador de mercadorias da Costa da Guiné (1514-1528) Possui escravos de confiança que vão comerciar à Costa da Guiné
BRÁS FERNANDES, Criado de Diogo Fernandes de Santa Ana Falecido antes de Setembro de 1545 Escrivão do almoxarifado vila da Praia (1520-1527) Tabelião do Público e Judicial da Praia (1528-1529) Escrivão da Câmara e dos Órfãos da Praia (? - 1545) Mestre de navio (1514) Proprietário rural
JOÃO FERNANDES, Escudeiro Vizinho de Alcatrazes/Praia  Mestre do navio (1514, 1515) Capitão do navio (1514) Piloto do navio (1515) Importa e exporta peças e mercadorias da Costa da Guiné (1513-1515, 1528)
NICOLAU FERNANDES, Genovês Capitão do navio (1514, 1515) Armador (1515)
ÁLVARO GONÇALVES, Está na Costa da Guiné em Julho de 1515 Meirinho diante do Corregedor das ilhas de Cabo Verde (Novembro de 1527,1528, 1529) Escrivão de navio (1514) Importa peças e mercadorias da Costa da Guiné (1514, 1515) Proprietário rural
RUI GONÇALVES, Em Julho de 1514 esta nos Açores e em Maio de 1515 em Cabo Verde Feitor de Francisco Martins (O velho), rendeiro dos direitos reais da ilha de Santiago (1514) Procurador do Rei (1528) Proprietário de uma caravela (1527) Importa e exporta escravos e outras mercadorias africanas Fez “lanço nos quartos de 1528” – quer arrendar os quartos e vintenas
ESTÊVÃO JUSARTE, Irmão de Fernão de Mello Esteve em São Tomé e no Congo (1511) Encontra-se na Costa da Guiné (1515)  Contrabandista Proprietário de navio (1514, 1515) Armador (1515)
JOÃO VAZ LORDELLOOficial da Câmara da Ribeira Grande (1528) Importa peças e mercadorias da Costa da Guiné (1514)
MARTIM MENDES, Bacharel Povoador da ilha do Fogo Negou-se a ser nomeado almoxarife por estar doente e acamado com boubas (13 de Maio de 1527) Armador (1514) Capitão de navio (1514) Proprietário rural na ilha do Fogo
ANTÓNIO DA NOLI, Descendente dos Nolis Capitão de navio (1514) Armador (1515) Proprietário rural na ilha de Santiago
GONÇALO PIRES, Escudeiro do Rei (1527) Falecido (1537) Escrivão dos almoxarifados de Santiago (1527-1528) Escrivão dos contos das Ilhas de Santiago e Fogo (1530 - 1537) Mercador (1514, 1527, 1528) – Importa peças e mercadorias da Costa da Guiné
FRANCISCO Ribeiro, Falecido (1549) Escrivão da correição e chancelaria de Cabo Verde (1540 - 1549) Escrivão da Câmara da Ribeira Grande (1546) Escrivão de navio (1514) Importa peças e mercadorias da Costa da Guiné (1514, 1515)
DUARTE RODRIGUES, Escudeiro do Rei Armador (1514) 
JORGE VAZ, Feitor dos rendeiros de Portugal da ilha de Santiago (1515, 1516) Importa peças e mercadorias da Costa da Guiné (1514, 1515)
ALEXANDRE CASTANHO, Irmão de Lopo Castanho Mercador Importador de Mercadorias da Costa da Guiné (1514-1515)
1513/11/08
Empossamento de ÁLVARO DIAS no cargo de almoxarife dos Alcatrazes, visto que o seu antecessor armara um navio e fora para a Guine, abandonando as suas funções.
1513/11/13
Registo da cobrança dos direitos, pagos nos Alcatrazes, sobre os escravos transportados no navio Santa Cruz, do armador JOÃO VAZ, resgatados na costa da Guiné pelo armador e viajantes. Inclui as encomendas.
1514/01/07
Partida do navio São Joãoda vila da Ribeira Grande, de GONÇALO LEÃO, tendo sido cobrada dízima dos couros.
1514/01/11
Registo da cobrança dos direitos, pagos na Ribeira Grande, em Santiago, sobre os escravos transportados pelo navio Santa Catarina, do armador JOÃO VAZ, resgatados na costa da Guiné pela armação e pelos viajantes. Inclui o registo da cobrança dos mesmos direitos sobre marfim e arroz.
1514/01/22
Partida de um navio da Ribeira Grande para Portugal, de que é mestre MANUEL PIRES, tendo sido cobrada a dízima sobre os couros.
1514/01/30
Registo da cobrança dos direitos sobre os escravos transportados pelo navio Santa Maria da Ajuda, do armador RODRIGO AFONSO COLAÇO, resgatados na costa da Guiné pelo armador e pelos viajantes. Inclui as encomendas.
1514/02/06
DONA BRÍSIDA e JOÃO VIDÃO, em parceria, resgatados na costa da Guiné pelos armadores e pelos viajantes. Inclui as encomendas e a cobrança daqueles direitos sobre o marfim e o milho.
1514/02/22
Partida do navio Santa Maria da Vitóriado porto da Ribeira Grande, pertencente a FRANCISCO MARTINS, rendeiro das ilhas de Cabo Verde, com destino às Canárias. Registo da cobrança da dízima sobre as seguintes mercadorias: escravos e couros.
1514/03/04
Registo da cobrança dos direitos, pagos na Ribeira Grande, cm Santiago, sobre os escravos transportados pelo navio Santa Maria da Graça, dos armadores RUI PEREIRA e SIMÃO FERNANDES, em parceria, resinados na costa da Guiné pelo armador c pelos viajantes.Inclui a cobrança dos mesmos direitos sobre as encomendas e o mantimento: milho e arroz.
Registo da cobrança da dízima sobre os couros carregados no navio Conceição, de que é mestre ÁLVARO EANES.
1514/03/24
a Carta de 24 de Março de 1514, pôs fim à comercialização de conchas e cauris, por parte de nacionais ou estrangeiros em toda a metrópole e no seu ultramar. É possível sustentar que até a primeira metade do século XVI findou o período de proteção dado pela Coroa portuguesa aos moradores da ilha de Santiago.
1514/03/28
Registo da cobrança da dízima sobre os couros carregados no navio Santiago, de que é mestre PEDRO ANES.
1514/05/03
Registo da cobrança dos direitos, pagos na Ribeira Grande, cm Santiago, sobre os escravos transportados pelo navio Santa Margarida, do armador JOÃO ALEMÃO, resgatados na costa da Guine pelos viajantes, tendo o armador e a respectiva armação vindo noutro navio,
1514/05/13
Chegada do navio castelhano Santa Maria ao porto da Ribeira Grande, de que é mestre Gonçalo de Leva. Registo da cobrança da dízima sobre as seguintes mercadorias: veludo, cetim, cetim de Burges, chamalote, pano preto, pano frorete, pano francês, presilha, queijos, jarras de azeite, infusas vidradas, panelas vidradas, bacios de malega, sombreiros, bacios, alguidares pequenos, tigelas brancas, graes brancos, biscoito, bretanha, vinho, farinha, sabão branco, breu, trigo, pano perpinhão, canhamaço, alguidares vidrados, pano verde, pano vermelho, guardalate, pano de Londres roxo, cetim preto, damasco preto, fustão preto, fustão branco.
1514/05/25
Alvará de D. Manuel I para António do Porto, recebedor da Casa dos Escravos, dar ao prior e frades do Convento de Nossa Senhora da Serra 7.000 réis de esmola, para comprar um escravo. 1514-05-25. Portugal, Torre do Tombo, Corpo Cronológico, Parte I, mç. 15, n.º 44.
Alvará para se dar ao Mosleiro de Jesus de Setúbal um escravo de esmola. 1515-07-15. Portugal, Torre do Tombo, Corpo Cronológico, Parte I, mç. 18, n.º 37.
1514/06/05
Partida do navio castelhano Santa Maria do porto da Ribeira Grande, de que era mestre Gonçalo de Leva, Registo da cobrança da dízima sobre as seguintes mercadorias: escravos e couros.
1514/06/19
Empossamento de MANUEL SOLTEIRO como escrivão do almoxarifado da Ribeira Grande. Escrivão do almoxarifado da Ribeira Grande (Junho de 1514 a Outubro de 1514) Importa peças e mercadorias da Costa da Guiné (1515) Tem um escravo de confiança – André (1515)
1514/06/20
MANUEL SOLTEIRO é encarregado de tresladar para o livro das rendas as folhas do rendimento que BELCHIOR FERNANDES, seu antecessor, por doença, não assentara.
1514/06/28
Ao regulamentar o comércio da Guiné e da Mina, em 28 de Junho de 1514, o rei D. Manuel não deixa margem para dúvidas quanto à ameaça que representavam os lançados: “E daqui em diante nenhuma pessoa de qualquer qualidade e condição que seja não se lance com os negros em nenhuma parte de Guiné, nem se deixe lá ficar com os ditos negros por nenhuma necessidade nem razão que por ela possa alegar, sob pena que fazendo-o morra por morte natural e perca todos os seus bens móveis e de raiz para nós.”
Por alvará de 15 de Março de 1518, mandava, inclusivamente, matar brancos e negros que não quisessem sair da Guiné no navio capitaneado por Bernardino Gomes porque “muita parte deste dano e perda [no comércio] tem feito os homens brancos que nas ditas partes de Guiné são lançados com os negros.” A legislação chegava mesmo a recomendar aos chefes africanos que os matassem e se apropriassem dos seus bens. Como salienta Maria Emília Madeira Santos, “os primeiros portugueses nesta região, que se estendia entre o Cabo Verde e a Serra Leoa, foram homens que ignoravam subordinação ao governador e demais autoridades estabelecidas na ilha de Santiago de Cabo Verde com alçada sobre a terra firme. Precisavam, portanto, de resolver sozinhas as suas relações de convivência com as populações africanas em cujos territórios se fixaram.”
1514/07/03
Registo da cobrança dos direitos, pagos na Ribeira Grande, cm Santiago, sobre os escravos da armação do navio Santa Maria via Graça, que se perdeu na Guiné, pelo que o transporte foi feito no navio São Gião. Os escravos pertenciam ao armador RUI PEREIRA e aos viajantes. Inclui as encomendas.
1514/07/15
Registo da cobrança dos direitos, pagos na Ribeira Grande, cm Santiago, sobre os escravos transportados no navio Santo Antão, dos armadores FERNÃO MENDES e MARTIM MENDES, em parceria, resgatados na costa da Guiné pela armação e viajantes. Inclui as encomendas.
1514/07/17
Registo da cobrança dos direitos, pagos na vila dos Alcatrazes, sobre os escravos e o marfim transportados pelo navio Nazaré, dos armadores PORO AFONSO e NICOLAU RODRIGUES, em parceria, resgatados na costa da Guine pela armação e viajantes. Inclui as encomendas
1514/08/16
Registo da cobrança dos direitos, pagos na Ribeira Grande, em Santiago, sobre os escravos transportados pelo navio Santiago, do armador FERNÃO DE MELO, resgatados na costa da Guiné pelo armador e viajantes
1514/08/28
Registo da cobrança dos direitos pagos sobre os escravos c o marfim transportados no navio Santa Catarina, do armador FRANCISCO MARTINS, pelos viajantes que foram à Guiné. Da armação não foi feito despacho, visto o armador ser o próprio rendeiro.
1514/09/21
Registo da cobrança dos direitos pagos sobre os escravos, o marfim e a cera transportados no navio A Princesa, do armador VICENTE DIAS, obtidos na costa da Guiné pela armação e pelos viajantes. Inclui as encomendas.
1514/10/16
Chegada do navio castelhano Santo António ao porto da Ribeira Grande, de que é mestre Francisco La Feria. Registo da cobrança da dízima sobre as seguintes mercadorias: farinha, trigo, alguidares vidrados, infusas vidradas, púcaros vidrados, servidores, graes, cordas, tigelas, passa, mel de abelhas, biscoito, bretanha, estamete de Plandres, vinho.
Registo da cobrança da dízima sobre as seguintes mercadorias trazidas por PÊRO ALONSO: passa, azeite, bretanha, biscoito, trigo, vinho, lonas, peneiras, passa de uvas, farinha, altamaias vidradas, bacios vidrados, salseirinhas de mostarda, púcaros vidrados, bacios, tigelas, presilha, caldeirinhas de cobre, almaraias de agua rosada, pano de tré, holanda, atacas de baldréu, linhas, ceroulas, peles, favas, mel de abelha, estopa, figos, borzeguins, servilhas; e sobre as encomendas de farinha.
1514/10/27
Registo da cobrança dos direitos, pagos na Ribeira Grande, em Santiago, sobre os escravos, marfim, gamelas, balaios, esteiras, arroz, milho e cera transportados no navio Santa Maria da Graça, do armador RUI PEREIRA, resgatados na costa da Guiné pela armação e pelos viajantes. Inclui as encomendas.
1514/11/27
Registo da cobrança dos direitos, pagos na Ribeira Grande, em Santiago, sobre os escravos, o marfim e o arroz transportados no navio Santa Bárbara, dos armadores JOÃO ALEMÃO e ÁLVARO ANES, obtidos na costa da Guiné pela armação e pelos viajantes. Inclui as encomendas.
1514/12/20
Partida do navio castelhano Santo António do porto da Ribeira Grande para Castela, de que era mestre Francisco La Féria. Registo da cobrança da dízima sobre os escravos e couros vacuns.
Registo da cobrança da dízima sobre as mercadorias dos portugueses que iam no navio Santo António, Este transporte apenas foi aceite na condição de ser cobrado um montante fixo sobre cada escravo.













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