1513
Em
1513, PERO GUIMARÃES apresenta uma
estimativa populacional para a cidade de Ribeira Grande na qual chama
particular atenção o reduzido número de
mulheres brancas, 4, num universo que abarca 56 “estantes”, 58 “vizinhos”
brancos e 32 negros.(1) Em nossa opinião, uma das principais inferências a
tirar dessa inexpressiva presença de
mulheres brancas é a de que o verdadeiro território do colono branco, real ou
simbólico, encontravase fora do limite territorial do arquipélago. Havia
uma grande incongruência entre seu espaço vital (compreendendo a ecologia, os
meios de subsistência e de reprodução), e seu espaço virtual (compreendido como
o espaço-modelo a que obedecem a organização e projeção das atividades atuais e
concretas). O mundo das suas relações estava fora do “mundo” que ele mesmo
criara. Com efeito, apesar da sua
hegemonia socioeconômica, o colono
branco não parecia inclinado a estabelecer-se definitivamente na ilha, e as
sucessivas polêmicas em que se envolveu não se conectavam especificamente à
necessidade de assegurar o desenvolvimento e a ordem da sociedade emergente,
mas, antes, traduziam o sentido de uma luta virada por a autoconsagração
econômica.
(1) Quanto aos escravos, embora se suponha que tivessem sido muitos, em virtude do
número de negros livres, o documento foi omisso.
Trata-se de PERO DE GUIMARÃES, que terá chegado às
ilhas entre fins de 1512 e início de 1513. Entre as várias incumbências que tinha destacam-se: o conhecimento de
práticas irregulares existentes na terra tais como a posse ilícita do dinheiro
dos defuntos, o uso de pôr o dinheiro dos órfãos a ganho e a exportação de
peles das ilhas de Santiago e do Fogo para lugares fora do Reino; o
levantamento do número de vizinhos das ilhas e a proibição do emprego de marinheiros e pilotos estrangeiros nas armações
de Guiné.
ANTT, CC, I-12-120, in HGCVCD, vol. I, doc. 80, 22-Mai-1513.
O pagamento do “corregedor PERO DE GUIMARÃES e AFONSO
NOGUEIRA meirinho e três homens seus, e JOÃO PEÇANHA, escrivão da correição”, não obstante figurar na lista
de despesas efectuadas pelo almoxarife da Ribeira Grande, da qual aliás, também
se achavam debitados os custos com a embarcação que os havia transportado “de
Portugal a esta ilha”, é feito à parte, em virtude de certos alvarás régios e
excede, em muito, o valor declarado sob a rubrica “ordinárias...desta ilha de
Santiago”(1).
(1)- ANTT, Núcleo Antigo, nº 757, in HGCV-CD, vol. II, pp. 308-309.
1513/04/27
«Já vimos, que data de 1513 uma maior
actividade no commercio dos escravos da Guiné, recebidos em numerosas
caravellas; porém a verdade é que algumas d'ellas sendo pilotadas por marinheiros rudes, que desconheciam por
completo a arte de navegar ou se perdiam nos bancos da Guiné, ou se
afastavam das ilhas no regresso, e que só por uma felicidade inexplicavel eram
encontrados no alto mar; este caso
deu-se com Braz Fernandes, creado de Diogo Fernandes, marinheiro, que tendo
ido ao Rio Grande na caravella s.n Crlll buscar negros, teve que arribar ao rio
Casamansa, porque o navio estando oomido pelo bwano (Jlusano, teredo
navalis), fazia agua.
Abandonados
como estavam, e tendo conhecimento de no
rio de S. Domingos haver alli um capitão da villa, que era Duarte Ribeiro
que havia sofrido uma royndade e represaria (represalia) do piloto e
marinheiros de uma e outra caravella de Diogo Fernandes, que alli fóra
prover-se do necesario, a qual se destinava depois á Serra Leoa a buscar
negros, sendo abandonada pelo piloto, tomara posse d'ella Braz Fernandes
com a condição de poder embarcar os seus escravos e entregal-a em Santiago ao
dono. Partiram a 17 de abril de 1513 para Santiago e ao cabo de 18 dias (15 de
maio) toparam com a nau Conceição
navegando para Lisboa, capitaneada por Gonçalo Preto que regressava da ilha de S.
Thomé. O piloto da caravela, que calculava estar entre as ilhas, soube pelo
capitão da nau, que estava a 150 leguas a oeste d'ellas; depois de lhe fornecer
mantimentos e agua de que tanto careciam, quiz o piloto ainda arribar á Guiné,
o que não fez, por lhe ter feito ver o capitão, que seria melhor elle procurar
terra de christãos e que os soccorreria.»
Subsidios para a História de Cabo Verde e Guiné, por Christiano José de Senna
Barcellos, parte I, pgs. 77-78, Lisboa, Imprensa Nacional,
1899
1513/05/14
Petição apresentada por
BRÁS FERNANDES, morador em Santiago,
a João Álvares Neto, almoxarife da ilha Terceira, dizendo que, em 14 de Maio de 1513, partira de Cabo
Verde para a Guiné como marinheiro do navio Santa Cruz, do armador RUI
PEREIRA. Vindo já com a armação feira, o
navio arribou no rio Casamansa, sendo necessário deitar fora toda a carga.
Porém, não puderam continuar a navegar, encontrando então o navio de DIOGO FERNANDES, morador na ilha de
Santiago, cujo piloto andava amorado. Brás Fernandes pediu ao piloto que lhe
desse o navio, encarregando-se de o entregar a Diogo Fernandes. Aproveitou o transporte para levar certas
peças de escravos de que devia quarto e vintena ao rei. Tendo partido para
Santiago, o navio foi apanhado por uma
tempestade, achando, na volta da Guiné, o navio Conceição, de que era capitão e piloto GONÇALO PRETO, vindo de S. Tomé. Este dispôs-se a
conduzi-los aos Açores, ilha Terceira. O suplicante pede justiça
O inquiridor ouviu as
seguintes testemunhas, confirmando o depoimento do suplicante:
GONÇALO PRETO, cavaleiro da casa del-rei. 4 de Julho de 1514
PEDRO ANES, mestre
do navio Conceição. 4 de Julho de 1514
AFONSO ÁLVARES. 4 de Julho de 1514
LOPO DIAS. 26 de Agosto de 1514
Ouvidas as testemunhas,
Brás Fernandes requer ao almoxarife que lhe seja passada certidão comprovando
que lhe foram cobrados o quarto e a vintena sobre os escravos
1513/07/12
Certidão de arrendamento das ilhas de Santiago,
Fogo e Maio a FRANCISCO MARTINS,
morador em Santiago, e a JORGE NUNES,
por três anos (1513-1516), pela quantia de 1 450 000 reais por ano. Fora já
dada fiança correspondente à quarta parte do valor total da renda, devendo
Francisco Martins e Jorge Nunes serem reconhecidos como rendeiros a partir do
dia de São João de 1513. 12 de Julho de 1513
1513/07/20
Registo da saída no navio São Gião da vila da Ribeira Grande para Portugal.
Cobrança da dízima sobre dois escravos de um genovês.
1513/07/28
Registo da saída do navio Anunciada da vila da Ribeira Grande para Portugal.
Cobrança da dízima sobre a coirama
1513/08/25
Registo da saída de um navio de MARCOS LUÍS. Cobrança da dízima sobre a coirama.
1513/08/30
Registo da apresentação feita a 30 de Agosto,
na Ribeira Grande, ao almoxarife ÁLVARO
DIAS, pelo procurador de FRANCISCO
MARTINS (rendeiro das ilhas) do alvará de arrendamento do contrato dos
rendeiros e de uma certidão feita em Lisboa a 12 de Junho de 1513.
1513/09/17
Certidão comprovando que FRANCISCO MARTINS arrendou todos os direitos das ilhas de Cabo
Verde (Santiago, Fogo e Maio) por três anos (1513-1516) e que nomeou, como
parceiro, JORGE NUNES, morador na
Ribeira Grande, na terça parte da referida renda
1513/10/02
Registo
da cobrança dos quartos e vintenas, pagos em Santiago, na Ribeira Grande,
transportados no navio Santa Bárbara,
do armador DINIS GONÇALVES,
e resgatados na costa da Guine pela armação e pelos que aí se deslocaram.
Inclui o registo da cobrança dos mesmos direitos sobre as encomendas.
Facsimile of Cape Verde customs duty paid by SLAVE TRADER JOHAM DE SEQUEYRA ON 2 OCTOBER 1513. See Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Núcleo Antigo, livro 757, fol. 17v. See folha 17v of this work.
Facsimile of Cape Verde customs duty paid by SLAVE TRADER JOHAM DE SEQUEYRA ON 2 OCTOBER 1513. See Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Núcleo Antigo, livro 757, fol. 17v. See folha 17v of this work.
1513/10/03
Registo da cobrança dos
quartos e vintenas, pagos em Santiago, na Ribeira Grande, sobre os escravos
transportados no navio Santa Maria da
Graça, do armador FERNÃO
MENDES, capitão da RibeiraGrande, resgatados na costa da Guiné pelo armador
e pelos que aí se deslocaram. Inclui o registo da cobrança dos mesmos direitos
sobre as encomendas.
1513/10/15
Registo da cobrança dos
direitos, pagos em Santiago, na Ribeira Grande, sobre os escravos transportados
no navio Santa Maria do Caba,
dos armadores DONA BRÍSIDA e JOÃO VIDÃO, resgatados na costa da
Guiné pela armação e pelos viajantes. Inclui as encomendas
1513/10/23
Registo da cobrança dos
direitos, pagos em Santiago, sobre os 60 escravos transportados no navio Conceição, dos
armadores RUI PEREIRA e VICENTE DIAS, em parceria, resgatados
na costa da Guiné pela armação e pelos viajantes. Inclui as encomendas.
1513/10/30
Apresentação de JORGE NUNES, na Ribeira Grande,
Santiago, como parceiro do arrendamento na terça parte das rendas das ilhas de
Cabo Verde.
1514
Registros do século XVI precoce Cabo
Verde identificar um segundo ANTONIO DE
NOLI, mas isso não foi o descobridor e o primeiro governador Cabo Verde. o segundo ANTONIO DE NOLI foi um capitão de
navio que transportava prisioneiros humanos de West África para as ilhas de
Cabo Verde, assim como o
governador Antonio de Noli. o mais novo Antonio de Noli foi membro da segunda
geração de colonos de Cabo Verde. Ele também sentou-se na Câmara Municipal de
Ribeira Grande. Em 1514 o jovem Antonio
de Noli capitão do navio Santa Margarida, que foi equipado em Cabo Verde
Ilhas e navegou o navio para a África Ocidental para o comércio em algum lugar
entre o Cabo Verde península e Libéria. Em 03 de maio de 1514 o navio voltou
para o Cabo Verde Ilhas, e navegou em alfândega na Ribeira Grande, e declarou
vinte e três escravizados Ocidente Africans
PERO VAZ DE ALMEIDA é capitão-mor de Arguim até
1515
RUI DE AGUIAR Português Clérigo
(1514, 1515) Importa e exporta peças e mercadorias da Costa da Guiné
(1513-1515)
DIOGO ALEMÃO, Nasceu em 1489 Em 1539 encontra-se em Lisboa Capitão da
Ribeira Grande Armador (1528) Piloto (1539) Proprietário rural
JOÃO ALEMÃO, Castelhano Capitão e rendeiro da vila da Ribeira Grande
(1515, 1516) Corregedor das ilhas de Cabo Verde (1517-1521) - Foi o 1º morador
a ocupar esse cargo? Armador (1514) Capitão de navio (1514) Proprietário rural
em São Martinho
BASTIÃO ALMEIDA, Meirinho da correição das ilhas de Cabo Verde (1538)
Importa peças e mercadorias da Costa da Guiné (1514)
JOÃO ANES, ARMADOR (1514)
LOURENÇO ANES, Português Proprietário Piloto do navio (1514) Importador e exportador de mercadorias da
Costa da Guiné (1514-1515)
MIGUEL BISPO, Homem do almoxarife e guarda dos navios da feitoria real
na ilha de Santiago (1538-1546) Importa
peças e mercadorias da Costa da Guiné (1514-1528) Capitão de navio (1515)
PEDRO ÁLVARES
BORDALO Feitor dos tratadores de Portugal na
Ribeira Grande (1514- 1515) Fugiu da
cadeia de Santigo e foi refugiar-se numa
igreja onde o foram prender (1504)
Importa peças e mercadorias da Costa da Guiné (1514, 1515)
GONÇALO CASTRO, Mercador Importa
e exporta peças e mercadorias da Costa da Guiné (1514-1528) Escrivão de
navio (1515) Proprietário de terras
ÁLVARO
CHAVESImporta peças e mercadorias da Costa da Guiné (1514-1528) Capitão de
navio (1515, 1528) Proprietário rural
RODRIGO ALONSO
COLAÇO, Sogro de João Rodrigues Armador (1514) Capitão de navio (1514, 1515)
Proprietário rural
JOÃO CORDEIRO, Sua filha era casada com Tomé Falcão Falecido (1540) Escrivão do almoxarifado da vila de
Alcatrazes (1514-1516) Escrivão da Câmara da vila da Ribeira Grande (1519)
Tabelião “por El rei” na vila da Ribeira Grande (1526, 1528, 1529) Grande importador de escravos da Costa da
Guiné (1514-1528) Proprietário rural – Fez avença com os rendeiros “por
toda a sua fazenda que nesta ilha tem por o dízimo /…/ se obrigou a pagar
5.000” (1513-1516)
JOÃO DIAS, Proprietário
Importador de mercadorias da Costa da Guiné (1514) Capitão de navio (1514) Contrabandista - implicado com
Estêvão Jusarte na tomada de um navio pertencente a João de Lila, rendeiro da
Serra Leoa.
ANTÓNIO FERNANDES,
Mercador Importador e exportador de mercadorias da Costa da Guiné (1514-1528)
Possui escravos de confiança que vão comerciar à Costa da Guiné
BRÁS FERNANDES, Criado de Diogo
Fernandes de Santa Ana Falecido antes de Setembro de 1545 Escrivão do
almoxarifado vila da Praia (1520-1527) Tabelião do Público e Judicial da Praia
(1528-1529) Escrivão da Câmara e dos Órfãos da Praia (? - 1545) Mestre de navio
(1514) Proprietário rural
JOÃO FERNANDES, Escudeiro Vizinho de Alcatrazes/Praia Mestre do navio (1514, 1515) Capitão do navio
(1514) Piloto do navio (1515) Importa e
exporta peças e mercadorias da Costa da Guiné (1513-1515, 1528)
NICOLAU FERNANDES, Genovês Capitão do navio (1514, 1515) Armador (1515)
ÁLVARO GONÇALVES, Está na Costa da Guiné em Julho de 1515 Meirinho diante
do Corregedor das ilhas de Cabo Verde (Novembro de 1527,1528, 1529) Escrivão de
navio (1514) Importa peças e mercadorias
da Costa da Guiné (1514, 1515) Proprietário rural
RUI GONÇALVES, Em Julho de 1514 esta nos Açores e em Maio de 1515 em
Cabo Verde Feitor de Francisco Martins (O velho), rendeiro dos direitos reais
da ilha de Santiago (1514) Procurador do Rei (1528) Proprietário de uma
caravela (1527) Importa e exporta
escravos e outras mercadorias africanas Fez “lanço nos quartos de 1528” –
quer arrendar os quartos e vintenas
ESTÊVÃO JUSARTE, Irmão de Fernão de Mello Esteve em São Tomé e no Congo
(1511) Encontra-se na Costa da Guiné
(1515) Contrabandista Proprietário
de navio (1514, 1515) Armador (1515)
JOÃO VAZ LORDELLOOficial da Câmara da Ribeira Grande (1528) Importa peças e mercadorias da Costa da
Guiné (1514)
MARTIM MENDES, Bacharel Povoador da ilha do Fogo Negou-se a ser nomeado
almoxarife por estar doente e acamado com boubas (13 de Maio de 1527) Armador
(1514) Capitão de navio (1514) Proprietário rural na ilha do Fogo
ANTÓNIO DA NOLI, Descendente dos Nolis Capitão de navio (1514) Armador
(1515) Proprietário rural na ilha de Santiago
GONÇALO PIRES, Escudeiro do Rei (1527) Falecido (1537) Escrivão dos
almoxarifados de Santiago (1527-1528) Escrivão dos contos das Ilhas de Santiago
e Fogo (1530 - 1537) Mercador (1514, 1527, 1528) – Importa peças e mercadorias da Costa da Guiné
FRANCISCO Ribeiro, Falecido (1549) Escrivão da correição e chancelaria de
Cabo Verde (1540 - 1549) Escrivão da Câmara da Ribeira Grande (1546) Escrivão
de navio (1514) Importa peças e
mercadorias da Costa da Guiné (1514, 1515)
DUARTE RODRIGUES, Escudeiro do Rei Armador (1514)
JORGE VAZ, Feitor dos rendeiros de Portugal da ilha de Santiago
(1515, 1516) Importa peças e mercadorias
da Costa da Guiné (1514, 1515)
ALEXANDRE CASTANHO, Irmão de Lopo
Castanho Mercador Importador de Mercadorias da Costa da Guiné (1514-1515)
1513/11/08
Empossamento de ÁLVARO DIAS no cargo de almoxarife dos
Alcatrazes, visto que o seu antecessor armara um navio e fora para a Guine,
abandonando as suas funções.
1513/11/13
Registo da cobrança dos
direitos, pagos nos Alcatrazes, sobre os escravos transportados no navio Santa Cruz, do armador
JOÃO VAZ, resgatados na costa da
Guiné pelo armador e viajantes. Inclui as encomendas.
1514/01/07
Partida do navio São Joãoda vila da Ribeira
Grande, de GONÇALO LEÃO, tendo sido
cobrada dízima dos couros.
1514/01/11
Registo da cobrança dos
direitos, pagos na Ribeira Grande, em Santiago, sobre os escravos transportados
pelo navio Santa Catarina,
do armador JOÃO VAZ, resgatados
na costa da Guiné pela armação e pelos viajantes. Inclui o registo da cobrança
dos mesmos direitos sobre marfim e arroz.
1514/01/22
Partida de um navio da
Ribeira Grande para Portugal, de que é mestre
MANUEL PIRES, tendo sido cobrada a dízima sobre os couros.
1514/01/30
Registo da cobrança dos
direitos sobre os escravos transportados pelo navio Santa Maria da Ajuda, do armador RODRIGO AFONSO COLAÇO, resgatados na costa da Guiné pelo armador e
pelos viajantes. Inclui as encomendas.
1514/02/06
DONA BRÍSIDA e JOÃO
VIDÃO, em parceria, resgatados na costa da Guiné pelos armadores e pelos viajantes.
Inclui as encomendas e a cobrança daqueles direitos sobre o marfim e o milho.
1514/02/22
Partida do navio Santa Maria da Vitóriado
porto da Ribeira Grande, pertencente a FRANCISCO
MARTINS, rendeiro das ilhas de Cabo Verde, com destino às Canárias. Registo
da cobrança da dízima sobre as seguintes mercadorias: escravos e couros.
1514/03/04
Registo
da cobrança dos direitos, pagos na Ribeira Grande, cm Santiago, sobre os
escravos transportados pelo navio Santa
Maria da Graça, dos armadores RUI PEREIRA e SIMÃO
FERNANDES, em parceria, resinados na costa da Guiné pelo armador c pelos
viajantes.Inclui a cobrança dos mesmos direitos sobre as encomendas e o
mantimento: milho e arroz.
Registo da cobrança da
dízima sobre os couros carregados no navio Conceição, de que é mestre ÁLVARO EANES.
1514/03/24
Já a
Carta de 24 de Março de 1514, pôs fim à comercialização de conchas e cauris,
por parte de nacionais ou estrangeiros em toda a metrópole e no seu
ultramar. É possível sustentar que até a
primeira metade do século XVI findou o período de proteção dado pela Coroa portuguesa aos
moradores da ilha de Santiago.
1514/03/28
Registo da cobrança da
dízima sobre os couros carregados no navio Santiago, de que é mestre PEDRO ANES.
1514/05/03
Registo da cobrança dos
direitos, pagos na Ribeira Grande, cm Santiago, sobre os escravos transportados
pelo navio Santa Margarida,
do armador JOÃO ALEMÃO,
resgatados na costa da Guine pelos viajantes, tendo o armador e a respectiva
armação vindo noutro navio,
1514/05/13
Chegada do navio castelhano Santa Maria ao
porto da Ribeira Grande, de que é mestre
Gonçalo de Leva. Registo da cobrança da dízima sobre as seguintes
mercadorias: veludo, cetim, cetim de Burges, chamalote, pano preto, pano
frorete, pano francês, presilha, queijos, jarras de azeite, infusas vidradas,
panelas vidradas, bacios de malega, sombreiros, bacios, alguidares pequenos,
tigelas brancas, graes brancos, biscoito, bretanha, vinho, farinha, sabão
branco, breu, trigo, pano perpinhão, canhamaço, alguidares vidrados, pano
verde, pano vermelho, guardalate, pano de Londres roxo, cetim preto, damasco
preto, fustão preto, fustão branco.
1514/05/25
Alvará de D. Manuel I para António
do Porto, recebedor da Casa dos Escravos, dar ao prior e
frades do Convento de Nossa Senhora da Serra 7.000 réis de esmola, para comprar
um escravo. 1514-05-25. Portugal, Torre do Tombo, Corpo Cronológico, Parte I,
mç. 15, n.º 44.
Alvará para se dar ao
Mosleiro de Jesus de Setúbal um escravo de esmola. 1515-07-15. Portugal, Torre
do Tombo, Corpo Cronológico, Parte I, mç. 18, n.º 37.
1514/06/05
Partida do navio castelhano Santa Maria do
porto da Ribeira Grande, de que era
mestre Gonçalo de Leva, Registo da cobrança da dízima sobre as seguintes
mercadorias: escravos e couros.
1514/06/19
Empossamento de MANUEL SOLTEIRO como escrivão do
almoxarifado da Ribeira Grande. Escrivão
do almoxarifado da Ribeira Grande (Junho de 1514 a Outubro de 1514) Importa peças e mercadorias da Costa da
Guiné (1515) Tem um escravo de confiança – André (1515)
1514/06/20
MANUEL SOLTEIRO é encarregado de tresladar para o livro das
rendas as folhas do rendimento que BELCHIOR
FERNANDES, seu antecessor, por doença, não assentara.
1514/06/28
Ao
regulamentar o comércio da Guiné e da Mina, em 28 de Junho de 1514, o rei D. Manuel não deixa margem para dúvidas
quanto à ameaça que representavam os lançados: “E daqui em diante
nenhuma pessoa de qualquer qualidade e condição que seja não se lance com os
negros em nenhuma parte de Guiné, nem se deixe lá ficar com os ditos negros por
nenhuma necessidade nem razão que por ela possa alegar, sob pena que fazendo-o
morra por morte natural e perca todos os seus bens móveis e de raiz para nós.”
Por alvará de 15 de Março de 1518, mandava,
inclusivamente, matar brancos e negros que não quisessem sair da Guiné no
navio capitaneado por Bernardino Gomes porque “muita parte deste dano e
perda [no comércio] tem feito os homens brancos que nas ditas partes de Guiné
são lançados com os negros.” A legislação chegava mesmo a recomendar aos chefes
africanos que os matassem e se apropriassem dos seus bens. Como salienta
Maria Emília Madeira Santos, “os primeiros portugueses nesta região, que se
estendia entre o Cabo Verde e a Serra Leoa, foram homens que ignoravam
subordinação ao governador e demais autoridades estabelecidas na ilha de
Santiago de Cabo Verde com alçada sobre a terra firme. Precisavam,
portanto, de resolver sozinhas as suas relações de convivência com as
populações africanas em cujos territórios se fixaram.”
1514/07/03
Registo da cobrança dos
direitos, pagos na Ribeira Grande, cm Santiago, sobre os escravos da armação do
navio Santa Maria via Graça,
que se perdeu na Guiné, pelo que
o transporte foi feito no navio São
Gião. Os escravos pertenciam ao armador RUI PEREIRA e aos viajantes. Inclui as encomendas.
1514/07/15
Registo da cobrança dos
direitos, pagos na Ribeira Grande, cm Santiago, sobre os escravos transportados
no navio Santo Antão, dos
armadores FERNÃO MENDES e MARTIM
MENDES, em parceria, resgatados na costa da Guiné pela armação e viajantes.
Inclui as encomendas.
1514/07/17
Registo da cobrança dos
direitos, pagos na vila dos Alcatrazes, sobre os escravos e o marfim
transportados pelo navio Nazaré,
dos armadores PORO AFONSO e NICOLAU RODRIGUES, em parceria,
resgatados na costa da Guine pela armação e viajantes. Inclui as encomendas
1514/08/16
Registo da cobrança dos
direitos, pagos na Ribeira Grande, em Santiago, sobre os escravos transportados
pelo navio Santiago, do
armador FERNÃO DE MELO, resgatados
na costa da Guiné pelo armador e viajantes
1514/08/28
Registo da cobrança dos
direitos pagos sobre os escravos c o marfim transportados no navio Santa Catarina, do
armador FRANCISCO MARTINS, pelos
viajantes que foram à Guiné. Da armação não foi feito despacho, visto o armador
ser o próprio rendeiro.
1514/09/21
Registo da cobrança dos
direitos pagos sobre os escravos, o marfim e a cera transportados no navio A Princesa, do
armador VICENTE DIAS, obtidos na
costa da Guiné pela armação e pelos viajantes. Inclui as encomendas.
1514/10/16
Chegada do navio castelhano Santo António ao
porto da Ribeira Grande, de que é mestre
Francisco La Feria. Registo da cobrança da dízima sobre as seguintes
mercadorias: farinha, trigo, alguidares vidrados, infusas vidradas, púcaros
vidrados, servidores, graes, cordas, tigelas, passa, mel de abelhas, biscoito,
bretanha, estamete de Plandres, vinho.
Registo
da cobrança da dízima sobre as seguintes mercadorias trazidas por PÊRO ALONSO: passa, azeite, bretanha,
biscoito, trigo, vinho, lonas, peneiras, passa de uvas, farinha, altamaias
vidradas, bacios vidrados, salseirinhas de mostarda, púcaros vidrados, bacios,
tigelas, presilha, caldeirinhas de cobre, almaraias de agua rosada, pano de
tré, holanda, atacas de baldréu, linhas, ceroulas, peles, favas, mel de abelha,
estopa, figos, borzeguins, servilhas; e sobre as encomendas de farinha.
1514/10/27
Registo da cobrança dos direitos, pagos na
Ribeira Grande, em Santiago, sobre os escravos, marfim, gamelas, balaios,
esteiras, arroz, milho e cera transportados no navio Santa Maria da Graça,
do armador RUI PEREIRA,
resgatados na costa da Guiné pela armação e pelos viajantes. Inclui as
encomendas.
1514/11/27
Registo da cobrança dos
direitos, pagos na Ribeira Grande, em Santiago, sobre os escravos, o marfim e o
arroz transportados no navio Santa
Bárbara, dos armadores JOÃO
ALEMÃO e ÁLVARO ANES, obtidos na
costa da Guiné pela armação e pelos viajantes. Inclui as encomendas.
1514/12/20
Partida do navio castelhano Santo António
do porto da Ribeira Grande para Castela, de que era mestre Francisco La Féria. Registo da cobrança da dízima sobre os escravos e couros vacuns.
Registo da cobrança da dízima
sobre as mercadorias dos portugueses que
iam no navio Santo António, Este transporte apenas foi aceite
na condição de ser cobrado um montante fixo sobre cada escravo.
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