1521
ANTÓNIO MADEIRA, Natural de Covilhã Tem um filho ilegítimo, André Madeira, que teve com Guiomar Madeira, sua escrava que ele forrara Falecido (1566) Clérigo de missa Escrivão do vigário (1521)
1525
A famigerada lei do morgadio (de 1525) transpôs da Europa um regime
agrário feudal em que o servo deu lugar ao escravo. Se o varão primogénito foi
instituído como único administrador da herança fundiária (sem partilha com os
restantes irmãos), não era ao povo coitado (incluindo o escravo liberto) que
iam dar a terra, a não ser para a trabalhar! Quando muito, sujeitava-se o pobre
a um iníquo contrato de «arrendamento» ou «parceria» que o expunha a toda a
casta de abusos e prepotências.
1526
Em 1526, GARCIA FERNANDES serve de alcaide e
porteiro da vila da Praia, IANTT, Corpo Cronológico. II-183-34, 5 de
Julho de l526, António Bráslo, MMA, 2ª série, vol. II, Lisboa,
1958-1968.
Livro de armação da caravela «Santiago? (1526) – De cerca de uma dúzia de «livros de
armação» quinhentistas que conhecemos, este é o livro que se refere a uma
viagem entre Portugal e a Guiné. Tem, no começo, os treslados dos regimentos do
escrivão e do capitão, distintos. A parte inicial do regimento do capitão tem
semelhança com a correspondente do regimento do capitão da nau «Bretoa»,
incluindo a via das Canárias, a pescaria subsequente e a proibição de molestar os
nativos e de lhes vender armas. Segue-se a relação das «taxas», isto é, dos
valores de cada um dos tipos de mercadoria sem escravos e dobras, (panos,
alaquecas, mantas do Alentejo, manilhas de latão, bacias, e estanho). Partiram
de Lisboa a 20 de Janeiro, escalaram a ilha de Santiago de 2 a 8 de Fevereiro (para
descarregarem mercadorias), estiveram no resgate d'Anque (na Serra Leoa) de 20
de Fevereiro a 15 de Maio, chegaram ao Rio de S. Domingos a 15 de Maio e aí
estiveram até 15 de Julho, chegaram à ilha de Santiago a 2 de Agosto aí metendo
lenha e água, dai prosseguiram para ai lha Terceira (onde estiveram de 20 a 22
de Setembro metendo mantimentos, agua e lenha) e chegaram finalmente a Lisboa a
3 de Outubro. Foi uma viagem bem longa, pois demoraram 7 meses e 10 dias. No
resgate da Serra Leoa, depois da entrega de dádivas, iniciou-se o trato. Com
pano vermelho e amarelo e alaquecas (ágatas vermelhas) adquiriram 70 escravos, e com alaquecas e
lenço adquiriram 20 quintais de marfim. Dada a escassez de escravos, por terem
vindo recentemente muitos navios, decidiram adquirir ferro, para com ele irem
ao Rio de S. Domingos resgatar mais escravos. Assim, adquiriram 1925 ferros,
por troca com manilhas, pano, cristalino, matamungo, bacias, pichéis, cascaveis
e mantas do Alentejo. Também adquiriram aí 3 moios de arroz, por troca com
manilhas, e embarcaram um «lançado» com 49 escravos
seus, metade dos quais teve de entregar para El-Rei, conforme as ordenações.
No Rio
de S. Domingos, depois da oferta de dádivas aos chefes, utilizaram os ferros da
Serra Leoa para adquirirem 31 escravos, 25 quintais de marfim, 12 moios de
milho e 4 moios de arroz, e com cristalino adquiriram azeite (de palma) e
esteiras para os escravos; certamente o arroz e milho adquiridos também se
destinavam a estes. Aqui, fugiram dois
marinheiros, «lançando-se» entre os negros, o que era frequente, apesar das
severas penas das ordenações régias. Na demorada viagem de regresso a Portugal,
morreram 15 dos escravos, do total de 155 d'el-Rei, ou seja 12 %.
1528
1528
JOÃO DE NOLI também investiu no tráfico de seres humanos da
África Ocidental para Cabo Verde. Em 1528 era
dono do navio Conceição, que transportou 113 cativos Africanos da África
Ocidental para as ilhas de Cabo Verde, juntamente com uma carga de milho, arroz
e marfim. O nobre equipou este navio nas ilhas de Cabo Verde e então alugou um
espaço de carga para comerciantes nas ilhas e na África Ocidental. Seu navio
navegou para a África Ocidental onde negociou, antes de retornar para as ilhas
de Cabo Verde e pagar impostos de importação em 5 de Agosto: 1.528,61. Nobres,
como Dom Joham de Noli fez, não velejavam fisicamente para a África Ocidental,
mas, em vez disso, eram donos dos navios que operavam no tráfico de seres
humanos e transportavam os africanos cativos para a sua colónia insular, como
escravos.
A esposa de Dom Joham de Noli também participou de
tráfico de seres humanos da África Ocidental para as ilhas de Cabo Verde . Ela
é um exemplo do papel da mulher na tráfico de seres humanos da África Ocidental
para o Atlântico europeu. À semelhança de outros nobres e mulheres, pessoas
comuns, que viveram no início do Cabo Verde, a esposa de Dom Joham de Noli não
velejava fisicamente para a África Ocidental para garantir cativos humanos. Em
vez disso, ela e outras mulheres se juntaram aos nobres, o ricos, sacerdotes e
outros colonos que contratavam agentes masculinos nas ilhas de Cabo Verde .
Agentes do sexo masculino, em seguida, partiam
para a África e garantiam cativos humanos, a quem eles transportavam para seus
patronos nas ilhas de Cabo Verde. Os registos aduaneiros das ilhas de Cabo
Verde são ricos o suficiente para seguir a negociação esclavagista da esposa de
Dom Joham de Noli. Os escribas não a chamam pelo nome, apenas a esposa de Dom
Joham de Noli. Em 3 de fevereiro de 1515 Santiago o navio foi para a alfândega
da Ribeira Grande após negociação na África Ocidental. Havia sido equipado nas
ilhas de Cabo Verde. Ao atracar na alfândega, os comerciantes do navio
declararam sua carga para os funcionários aduaneiros portugueses. Toda a carga
e cativos humanos foram avaliados pelo funcionário da alfândega, chefe na
Ribeira Grande, ALVARO ALVARES, que
colocou um preço sobre a carga e os seres humanos. Comerciantes, funcionários,
tripulação, colonos e agentes que navegaram a bordo do Santiago declararam 149
africanos cativos aos funcionários aduaneiros portugueses. A esposa de Dom
Joham de Noli era a importadora desses cativos africanos. Um agente sem nome a
bordo deste navio trouxe os chamados cativos africanos. Um funcionário da
alfândega avaliou os cativos com valor de 4.000 réis. A esposa do nobre pagou o
imposto de importação de 25 por cento no total de 1.000 réis para o funcionário
da alfândega português.
Ela também pagou 150 réis para a Igreja Católica, e 5 por cento de taxa de importação.
A esposa de Dom Joham
de Noli poderia legalmente transbordar africanos cativos das Ilhas de Cabo
Verde para a Europa, Açores, Madeira e Ilhas Canárias, ou mesmo América
Espanhola, se pagasse os impostos de re-exportação de 10 por cento. Quando
adicionados juntos, o imposto de 25 por cento do governo, mais 5 por cento de imposto à Igreja Católica, e 10 por cento de
imposto de re-exportação, todos somam 40 por cento em impostos sobre cada
escravizado Africano. Esses impostos elevados resultavam em aumento do
contrabando. Os dados oficiais do governo não são precisos sobre o número de
africanos ocidentais enviados para ilhas de Cabo Verde como escravos, porque
não contam o contrabando.
JOÃO BORGES No
ano de 1528 recebeu 2 peças de escravos da Costa da Guiné Proprietário rural na
ilha de Santiago.
FRANCISCO HOMEM Tem um filho, Domingos Homem, de uma mulher
solteira Falecido (1549?) Padre/clérigo de missa Vigário da vila da Praia
(1528) Importa peças e mercadorias da Costa da Guiné (1528) Deão da Sé de
Santiago (?-1549)
1529/05/05
Uma carta de GUDUMEL, senhor de Bezeguiche, para João III de Portugal (1521-1557) datada de 5 de Maio de 1529, solicita licença para ali mandar fazer um castelo, do qual lhe poderia vir muito proveito e que, convindo nisso, o soberano lhe mandasse pedreiros, carpinteiros, e outras notícias (ANTT, Colecção de cartas, Núcleo Antigo 876, n.º 18). Posteriormente, em 1536, foi erguida uma feitoria para o comércio de escravos pelos portugueses.
LUÍS ÁLVARES DE AZEVEDO Moço da Câmara do Rei Faleceu por volta de 1530 Escrivão da feitoria de Santiago – podia resgatar 2 escravos por ano/ordenado 40.000 reais ano (1529) – (o 1º escrivão da feitoria?)
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