quinta-feira, 31 de março de 2016

TRÁFICO DE ESCRAVOS 1650-1659

1650
Buguendo era um importante porto para a transacção de escravos, peles e cera de abelha, onde os comerciantes de Cacheu negociavam directamente com chefes banhuns.
1655/05/19
CARTA DOS MORADORES DE CACHEU A SUA MAJESTADE EL-REI (19-5-1655)
SUMÁRIO - Suplicam ao Rei lhes conceda os privilégios dados à Ilha de Santiago.
Senhor
Os moradores de Cacheu uaçalos de V. Magestade, prostados a seus reais peis, com o deuido acatamento de leais uaçalos,·todos juntos pidimos a V. Magestade se queira alenbrar deste pouo, abrindo os tizoros de sua grandeza comnosquo, que com tanto amor e leal dade em partes tão remotas estamos sustentando a uós de uoca V. Magestade que Deus guarde, oprimidos por muitas uezes de todas as naçois contrarias, que abittão esta costa e Rios de Guiné, por falta de detença nem fortificaçois, que não [á] nenhuãs mais que a registencia e braço com que os poucos que abitamos esta pouoação do Rio de São Domingos defendemos com nossas peçoas e fazendas, o que senpre deuemos fazer; e pera auermos e sustentar e conceruar nossas cazas o naõ podemos fazer, empedindonos o comercio que V. Magestade que Deus guarde tem concedido á Ilha de Cabo Uerde, que uen a ser a mesma couza em que a ella poção vir nauios de Indias de Castela, com sarnentes rata, e como nosso comercio e somente resgate e escrauos e se não tiuermos saída a elles pella mesma via serà impocivel, Senhor, o podemos sustentar nossa familias, que V. Magestade terá perda conciderauell, assim de seus direitos de entrada e saida, como do do natiuo, que paga nos castilhanos, que vem buscar escrauos por emtrada, alem dos direitos gue se deue á Coroa Real; quanto mais que nos parece asertado manifestar a V. Magestade gue se neste Rio lhe não derem emtrada a tomão os ditos castilhanos em outros orttos de ta e resga ao com os negros e a, de que rezulta grande perda a agesta e e a nos ter inimigos uizinos se o que, Senhor, pello amor de Deos pidimos aos peis de V. Magestade nos queira fazer a mesma merçê que fes aos moradores da ilha de Cabo Uerde, pera que ordenando a V. Magestade e o Cappitam que ora assiste nesta praça, Manoell de Paços de Figueiroa (1) dê emtrada a naos uindas das Indias, como fizerão seus anteceçores, o que o ditto Cappitam o não quer fazer sem ordem de V. Magestade; esperamos nos faça esta merçê que em todos nós juntos teremos senpre na memoria, pera rogarmos a nosso Senhor pella uida da Real Peçoa de V. Magestade e da Rainha Nossa Senhora e Nosso Principe e Senhores Emfantes, cuia Catolica Real peçoa de V. Magestade guarde os ceos; destes seus vaçalos leais, escrita em 19 de maio de 1655.
(Assinaturas em fotocópia)
aa) Francisco de Uascôcellos I Pereira Vejase e consultese no Conselho Ultramarino. Lisboa, em 27 de Agosto de 655.
(Rubrica dei-Rei)
(1) Manuel de Paços Figueiroa, foi nomeado Capitão de Cacheu em 28-1-1655. ATT - Chanc. de D. João IV. liv. 26, fl. 249v.
AHU - Guiné, ex. 1. - Orginal. n.º 71. [À margem]: Requeiraõ a S. Magestade. Em Lisboa, 23 de Agosto de 655.
1656/05/00
Foi criada a capitania de Cacheu, onde havia um grande núcleo populacional ocidentalizado, e, em Maio de 1656, foi fundada a «COMPANHIA DE CACHEU E RIOS», destinada ao tráfico de escravos, tendo sido criado, antes, por decreto de 14 de Julho de 1643, o Conselho Ultramarino.

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